Ex-presidente do Tribunal de Justiça, José Aquino Flôres de Camargo lançou, nesta sexta-feira (23), a sua candidatura à presidência do Inter. A plataforma de campanha foi apresentada durante entrevista coletiva. O magistrado, que presidia o Conselho Deliberativo do clube, pediu licença do cargo para concorrer de maneira independente. A chapa conta com o apoio do movimento DNA Colorado.
Com o mote "Reage, Inter", Aquino falou sobre o momento vivido pelo Colorado e dos planos para o departamento de futebol em caso de vitória no pleito. O candidato entende que a torcida está insatisfeita com os resultados conquistados pela equipe. Entre as proposições, está a valorização das categorias de base, com pelo menos um terço do grupo principal sendo formado por atletas da casa.
O grupo liderado por Aquino elogiou a comissão técnica atual do Inter, comandada por Eduardo Coudet. Outro ponto destacado foi a preocupação com as finanças do clube. A situação, de acordo com a chapa, precisa ser gerenciada sem perda de competitividade esportiva.
Confira a apresentação da campanha de José Aquino:
"A independência como base. Temos a ideia fixa no interesse do Internacional.
Por isso, a independência é condição essencial para uma gestão exitosa. As nossas ações são consequências dessa independência. Assumir sob o jugo dos compromissos nem sempre traz resultados positivos.
Não é por acaso que as coisas não evoluem e sempre há algo que nos atrapalha. Ou, não raro, não encontramos ânimo para buscarmos a causa ou a origem dessa acomodação. A chamada zona de conforto, denunciada por nosso eterno capitão Fernandão.
Por isso, preferimos o risco da disputa e sermos livres, não aprisionados por circunstâncias e alianças políticas insustentáveis. Temos, apenas, que estar seguros de que os ressentimentos e a disputa não nos tirem do foco.
Com independência e altivez, uniremos os colorados. Temos a plena consciência de que o adversário é outro e deve ser batido.
Na disputa eleitoral, prevalece o livre arbítrio do conselheiro e dos sócios na escolha da melhor opção política. As portas não serão lacradas, de sorte que sempre haverá espaço para o diálogo entre os colorados de boa fé.
Então, a independência, a boa fé e o interesse voltado para o Clube serão vetores para o sucesso da futura gestão.
Já os movimentos, esses são o instrumento para fazer política no Clube. Não podem se sobrepor aos interesses do clube. Quando isso ocorre, há a deturpação da política, a exigir correção de rumos.
Esses excessos, que enxergam o instrumento maior que o objeto da cobiça, evidenciam que o poder hegemônico provoca a natural ruptura.
A solução vai além da gestão, exigindo transparência. Princípios estatutários de gestão corporativa continuam ignorados pelo culto ao individualismo, trazendo consigo pretensões pessoais acima dos interesses do Internacional.
Mas iremos superar as dificuldades.
Nossa gestão será profissional. Executivos de ponta sinalizarão respeito a noções de integridade e orçamento realista, conformidade com a legalidade e compliance.
O Internacional é um clube de Futebol.
Todas as atividades de gestão serão voltadas para esse fim, com investimentos expressivos, apostando no Celeiro de Ases e sua integração ao elenco profissional.
Priorizaremos a construção do CT de Guaíba.
A política de contratações para o elenco principal será revista.
Os investimentos serão pontuais, em nível de titularidade. De forma responsável, parcela das receitas oriundas de negociações de direitos econômicos de atletas do Clube será reinvestida.
Em suma, faremos da nossa independência o passaporte para a vitória.
O episódio derradeiro não é o eleitoral, mas a gestão futura do nosso Internacional.
Um abraço colorado!
José Aquino"