Pela quarta fase do projeto do SuperDupla, GaúchaZH elegeu o jogador estrangeiro mais importante da história do Inter. Nos mesmos moldes das etapas anteriores, foram escolhidos oito atletas nascidos fora do Brasil, que acabaram sendo confrontados em cruzamentos, como se disputassem um torneio. Comentaristas foram sendo consultados até que um grande vencedor fosse apontado: Elias Figueroa.
Já nas quartas de final, nomes importantes acabaram ficando pelo caminho, como os paraguaios Benítez e Gamarra, além do uruguaio Rúben Paz e do peruano Paolo Guerrero. Na semifinal, foi a vez de os argentinos Guiñazu e D'Alessandro serem eliminados.
Assim, chegaram à final dois atletas que viveram épocas distintas com a camisa colorada. De um lado, o zagueiro chileno Figueroa, bicampeão brasileiro em 1975 e 1976, além de pentacampeão gaúcho (de 1972 a 1976). Do outro, o atacante argentino Villalba, que jogou no Estádio dos Eucaliptos, pela equipe que ficou conhecida como "Rolo Compressor", sendo pentacampeão estadual em 1941, 1942, 1943, 1947 e 1948.
Participaram desta última etapa do SuperDupla o colunista de GaúchaZH José Alberto Andrade, o debatedor do Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, Luciano Potter, e a comentarista do SporTV, Renata Mendonça. Confira:
Figueroa 3x0 Villalba
José Alberto Andrade
Figueroa foi o primeiro jogador de um clube gaúcho eleito melhor jogador da América . Jogava muito. Tinha imposição física, inteligência tática e muita técnica, seja com a bola nos pés ou nas cabeçadas defensivas e ofensivas. Além disso, tinha uma personalidade e uma liderança que o distinguiam fora do campo também. Não foi por acesso que ele fez o gol do primeiro título brasileiro do Inter.
Luciano Potter
Sou colorado por causa de meu pai. Fui prestar atenção no futebol lá por 1985, 1986. Convenhamos, que não era uma época de se vangloriar, de glória do desporto nacional. Por isso, aquele piá de 6 ou 7 anos de idade perguntou para o pai dele por que ser colorado: por causa do Figueroa. Fui para os livros, revistas e relatos dos mais velhos. Não existia Google, YouTube. Na pesquisa toda, me dei conta de algo. Figueroa não foi só um super zagueiro. Um cotovelo. Um líder. Um recitante de Neruda. Figueroa ajudou o Estado do Rio Grande do Sul, não só o Internacional, a ser uma glória. Finalmente uma glória do desporto nacional.
Renata Mendonça
O futebol ainda estava começando na época do Villalba, na década de 1940, mas o fato de ele até hoje ser o segundo maior artilheiro do Inter em Gre-Nais já demonstra o tamanho da sua importância. Só que fica difícil competir com Figueiroa, que participou, inclusive, dos dois primeiros títulos de Campeonato Brasileiro conquistados pelo Inter. Foram muitos momentos marcantes, incluindo o chamado “Gol Iluminado”, que ficou pra história e, mesmo com o destaque de Villalba contra o maior rival colorado, ainda acho que Figueiroa leva essa por ter deixado títulos, boas memórias e tudo isso como um zagueiro, o que torna o feito ainda mais impressionante. É raro um zagueiro ser escolhido o melhor jogador do Campeonato Brasileiro, e Figueiroa conseguiu.