Em sua quarta fase, o projeto SuperDupla quer saber qual o jogador estrangeiro mais importante da história do Inter. Para isso, GaúchaZH elaborou uma espécie de torneio, com oito atletas nascidos fora do Brasil, e consultou comentaristas que apontaram um dos nomes para avançar à etapa seguinte.
Nas quartas de final, ídolos colorados acabaram ficando para trás, como o centroavante Paolo Guerrero, o goleiro Benítez, o zagueiro Gamarra e o meia Rúben Paz. Agora é a vez dos confrontos válidos pela semifinal.
Ídolo contemporâneo, o meia D'Alessandro abre o confronto enfrentando o zagueiro chileno Figueroa, bicampeão brasileiro em 1975 e 1976. Do outro lado, um embate entre argentinos: o atacante Villalba, que fez parte do Rolo Compressor na década de 1940, e o volante Guiñazu, campeão da Libertadores de 2010.
Quem passa para a grande decisão? Foram ouvidos os comentaristas do Grupo RBS Leonardo Oliveira, Rafael Colling e o apresentador dos canais Sportv André Rizek. Confira:
D'Alessandro 0x3 Figueroa
Rafael Colling
Uma das disputas mais difíceis que já apareceu, mas ainda fico com Dom Elias Figueroa. Foi bicampeão brasileiro em um momento em que o cenário do futebol nacional era recheado de craques. O gol iluminado do título brasileiro de 1975 foi em cima de um Cruzeiro gigante. D’Alessandro também representou muito para o Inter. Jogador diferenciado, também um líder, altamente técnico, conquistou Sul-Americana e Libertadores, além de regionais. Mas fico com Figueroa pelo que o dono da área colorada representou naquela máquina de jogar futebol nos anos 1970, o melhor Inter da história.
Leonardo Oliveira
São dois pesos-pesados da história do Inter. Mas Figueroa foi o capitão e o norte em um momento no qual o clube mudou de patamar. Com o chileno como voz tonitruante, aquele Inter dos anos 1970, primeiro, estabeleceu a hegemonia local, e depois rompeu os limites do Estado, abrindo uma nova porta para o futebol gaúcho. Acrescente-se a isso o fato de Figueroa ter sido protagonista no momento decisivo, com o gol do título brasileiro de 1975.
André Rizek
Sacanagem ter de comparar D’Alessandro com Figueroa. São os dois estrangeiros mais importantes da história do Inter. Vou ficar com o chileno apenas como uma homenagem a um dos maiores times da história do futebol, o Inter dos anos 1970, mesmo achando que D'Alessandro desperta mais idolatria.
Villalba 3x0 Guiñazu
Rafael Colling
Não é da minha geração, mas, neste caso, me baseio pela história. Primeiro por ter feito parte de um dos maiores times do Inter na história, o Rolo Compressor. Segundo, por estar entre os maiores goleadores da história do clube e dos Gre-Nais. Tenho um respeito gigantesco pelo que o Guiñazu representou para o Inter em termos de marcação, de liderança e até mesmo de conquistas, mas os números e a história de Villalba falam mais alto.
Leonardo Oliveira
Guiñazú foi um símbolo da garra, da devoção e da identificação de um jogador de vermelho com a arquibancada. Os torcedores admiravam cada carrinho e enchiam os olhos com suas corridas desabaladas atrás dos adversários. No entanto, muitas vezes, sem perceber, desajustava o sistema do time. Villalba é um argentino quase brasileiro, veio das ligas amadoras de Corrientes, ali do outro lado do Rio Uruguai. Foi campeão e nome no Rolo Compressor em dois momentos na década de 1940. Ainda hoje, é o segundo maior goleador do Inter na história dos Gre-Nais, com 20, só atrás do mítico Carlitos, dono de 42. Isso diz muito de quem foi o correntino Villalba.
André Rizek
O Guiñazu é muito querido, um xodó colorado. Merecido. Mas o conterrâneo fez sua fama ir além de Porto Alegre: Villalba.