Poucos jogadores podem se gabar por terem conquistado títulos de expressão por Grêmio e Inter. Um deles é Rubens Cardoso. Com a camisa tricolor, foi campeão da Copa do Brasil de 2001. Vestindo vermelho, esteve no plantel campeão da Libertadores de 2006, como reserva de Jorge Wagner, e seguiria no banco, ao final do ano, no Mundial de Clubes. Mas, quis o destino que ele assumisse a titularidade justo no jogo contra o Barcelona.
Anunciado como reforço colorado ainda no final de 2005, o lateral-esquerdo possuía em seu currículo passagens por grandes clubes do futebol brasileiro, como Santos, Palmeiras e Atlético-MG. Porém, não conquistou taças. Havia batido na trave com o São Caetano, vice-campeão da Libertadores de 2002 para o Olimpia. Medalha no peito, havia conquistado somente quando vestiu a camisa gremista campeão gaúcho e da Copa do Brasil. Quem viveu a época, certamente ouviu os gritos de Tite à beira do campo: “Arrrrrrrrrrrasta, Rrrrrrrrrrrubens!”.
Foi aquele Rubens, de "erre" arrastado de Tite, que o Inter foi buscar para a temporada de 2006.
— Cheguei para ajudar esta grande e qualificada equipe do Inter a conquistar um título expressivo como a Libertadores — declarou ele em sua apresentação oficial no Beira-Rio.
De fato, o lateral foi titular em quatro partidas da fase de grupos, tendo até mesmo marcado um gol contra o Nacional-URU. Depois, perdeu a vaga para Jorge Wagner. Quando este deixou o clube, após o título da Libertadores, o peruano Martín Hidalgo foi contratado junto ao Libertad, do Paraguai. Enfim, tudo levava a crer que Rubens Cardoso, com a camisa 15, seria apenas um reserva de luxo do elenco colorado.
Até que Hidalgo sofreu uma lesão, no segundo tempo da partida contra o Al-Ahly, do Egito, pela semifinal do Mundial de Clubes. Ou seja, coube a Rubens Cardoso assumir as rédeas diante do poderoso Barcelona na grande decisão, em Yokohama. E assim o fez. Até hoje, quem escalar o time campeão do mundo pelo Inter, irá citar o seu nome.