A temporada de 2020 do Inter começará oficialmente na tarde desta quarta-feira (8) com a reapresentação do elenco no Beira-Rio. O grupo que irá iniciar os trabalhos logo em seguida no CT Parque Gigante terá poucas novidades em relação ao ano passado. O lateral-direito Rodinei e o volante Damián Musto foram as únicas contratações anunciadas até o momento para Eduardo Coudet. O técnico argentino é considerado o grande reforço colorado para o novo ano, que terá novamente a Libertadores como o principal desafio.
Anunciado oficialmente em dezembro, Eduardo Coudet vem desde seu acerto com o clube, ainda em outubro, participando do planejamento para a atual temporada. O treinador foi ouvido em todas as decisões sobre liberações de jogadores que tinham contrato encerrando no final de 2019. A lista de saída do Beira-Rio teve nomes como Rafael Sobis, Bruno e Guilherme Parede, bastante utilizados ao longo do último ano.
Rodinei e Musto chegaram com o aval de Eduardo Coudet. O lateral é um reforço que atende ao estilo de muita intensidade física que o argentino tentará implementar no Beira-Rio. Já o volante é um jogador de confiança do treinador. Musto foi comandado por Coudet no Rosario Central e levado pelo técnico para o Tijuana-MEX.
A direção colorada ainda tenta fechar pelo menos dois reforços nesta semana. O atacante Marcos Guilherme e o meia Thiago Galhardo estão próximos. Nenhum dos dois, no entanto, chegará com o status de titular. Pensando na equipe principal, Rodinei e Musto devem ocupar as vagas que foram de Heitor e Rodrigo Lindoso na reta final de 2019. Mesmo com poucas mudanças de nomes, a expectativa é de que o Inter possa ser mais forte neste ano do que foi na reta final da temporada passada.
— Vejo o Inter melhor do que em 2019. O time começou a preparação ainda no ano passado com a contratação do treinador e o início do planejamento. Eu penso que o 2019 do clube não foi ruim. Teve a chegada na final da Copa do Brasil e o time se manteve sempre na parte de cima do Brasileirão. Agora é esperado que o Coudet consiga repetir o que fez na Argentina, quando montou times competitivos e que jogavam em bloco alto. O Inter buscou ele para ter uma equipe agressiva e que jogue buscando o ataque — destaca o ex-volante colorado Claiton.
O ex-técnico Cassiá Carpes afirma que a estratégia do Inter neste momento deve ser de apostar em reforços pontuais. Ele vê como desnecessário contratar apenas para inchar o elenco e acredita que Coudet irá trazer esse pensamento para o clube: o de buscar somente jogadores que irão acrescentar ao time.
— O Inter tem uma base bem formada com goleiro, a defesa e bons nomes no meio-campo. O elenco precisa de reforços pontuais. Não adiantar contratar em grande quantidade como em 2019, quando a maioria não deu certo — aponta.
Fator Guerrero
A dificuldade financeira é um complicador para o Inter buscar nomes quem empolguem a torcida. Os meio-campistas Nacho Fernández, do River Plate, e Charles Aránguiz, do Bayer Leverkusen, estão no radar colorado, mas são acertos difíceis. O chileno tem uma possibilidade maior por ter contrato encerrando com o clube alemão em junho, mas só chegaria ao Beira-Rio após o término desse vínculo.
Dentro deste cenário, a manutenção dos jogadores mais importantes do elenco é visto como fundamental para o Inter iniciar 2020 com força. Claiton e Cassiá ressaltam que a diretoria deve fazer todo o esforço possível para manter Paolo Guerrero, que sofre o assédio do Boca Juniors.
— Uma saída do Guerrero terá um reflexo muito negativo. Seria a perda do goleador no momento em que o time está sendo montado para jogar para ele. A saída vai gerar um baque muito grande. Seria uma derrota para a diretoria e comissão técnica no começo do ano — ressalta Cassiá.
— O Guerrero é um dos melhores centroavantes do futebol sul-americano. Seria muito difícil de repor. É um jogador de alto nível e é muito importante que ele permaneça — completa Claiton.
Sem grandes reforços, o Inter que se apresentará no Beira-Rio terá em D’Alessandro e Paolo Guerrero seus principais nomes, mas é fora do campo, com o técnico Eduardo Coudet, que está a maior esperança da torcida de ver em 2020 um time superior ao que disputou a temporada passada.
O Inter começa 2020 melhor que terminou 2019?
Filipe Gamba, colunista de GaúchaZH
"Ainda é cedo para fazer uma comparação do Inter que encerrou 2019 com o que está abrindo 2020, afinal, ainda restam alguns dias até a estreia na Libertadores. Porem, se fizermos uma análise do momento, há um acréscimo, sem dúvida. Rodinei é superior a qualquer um dos laterais que estavam em 2019, inclusive Heitor que poderá se tornar melhor que Rodinei, mais ainda não é. No meio, Musto é mais jogador que Rodrigo Lindoso. Além disso, dos que já deixaram o Inter, nenhum fará falta. Agora o grupo ainda precisa de um meia de qualidade, que ao meu ver não deveria ser Thiago Galhardo, um lateral-esquerdo para assumir a titularidade, um atacante de velocidade, Marcos Guilherme é suficiente e um centroavante para a reserva de Guerrero, Pratto não é o ideal. O fato é que o maior reforço do Inter está no banco: Eduardo Coudet."
José Alberto Andrade, colunista de GaúchaZH
"Mesmo que se possa achar que o ritmo de contratações do Inter é lento para as necessidades, o que foi feito até agora não enfraquece o time em relação ao ano passado e até apresenta melhoria. A maior contratação e que, por definição, acresce bastante é o treinador. Coudet chega significando ambição, em um patamar mais alto do que era o de Odair Hellmann e muito mais destacado em relação a Zé Ricardo. Dentro do campo, a legião de jogadores que deixou o Beira-Rio não significa perda de qualidade. Nenhum atleta que saiu era titular ou se projetava para tal. Os que chegam, Musto e Rodinei, não são os nomes que irão dar um salto de qualidade para o time, mas o volante tem um potencial no mínimo igual a Rodrigo Lindoso, deixando a posição bem servida, e o lateral é mais eficiente do que qualquer outro que jogou na função em 2019."
Eduardo Gabardo, colunista de GaúchaZH
"O time do Inter poderá ser superior ao de 2019, mas, por enquanto, ainda não é. Até porque o trabalho de montagem do grupo está sendo feito. Rodinei e Musto são acréscimos, mas não serão os protagonistas. O mesmo vale para Thiago Galhardo e Marcos Guilherme, que estão por chegar. Para ser um time melhor, é preciso mais. A chegada de Coudet pode fazer diferença, mas ele precisa de qualidade no grupo. Faltam três peças importantes: lateral-esquerdo, meio-campista (Aránguiz é o sonho) e um atacante para jogar com Guerrero. Com estes reforços, aí sim o Inter será melhor."