A derrota para o Ceará, por 2 a 0, na Arena Castelão, colocou o Inter na rota da Copa Sul-Americana de 2020. Jogando mal, e com a quarta escalação diferente desde a chegada do técnico Zé Ricardo, a equipe se mostrou lenta, errando passes, e se tornando um alvo fácil para um Ceará que briga para permanecer na Série A do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o Inter caiu para a oitava posição, dois pontos atrás do sexto colocado Corinthians.
O jogo em Fortaleza começou em ritmo de sesta, sonolento, lerdo, e com duelos frouxos no meio-campo. Foram os donos da casa, a partir dos 15 minutos, que começaram a acelerar as ações do Castelão. O Inter, modificado mais uma vez por Zé Ricardo, contava com os arranques de William Pottker e com Paolo Guerrero no ataque. D'Alessandro e Patrick tentavam ditar um ritmo mais forte ao setor ofensivo colorado, sem grande sucesso.
Após balões e chutões de alado a lado, Patrick criou a primeira chance de gol do Inter, ao desarmar o ex-colorado Fabinho, ingressar área adentro, mas bater mal, para fora. Patrick voltou à carga, após falha de Samuel Xavier, mas o goleiro Diogo Silva defendeu a pancada do camisa 88.
Patrick não é um virtuose. Longe disso. Mas foi quem tentou o tempo todo levar o time à frente. Ajudou Uendel na marcação, cobrava marcação de Guerrero e de Pottker à saída de bola adversária, correu o tempo todo, roubou bolas e chutou a gol. Mas estava sozinho. Aos 36 minutos, D'Alessandro foi mole numa dividida, perdeu a bola e armou o contra-ataque do Ceará que culminou no chute de Pedro Ken e na defesa de Danilo Fernandes.
Bastava o Inter acelerar o jogo para ganhar do Ceará. Prova disso foi a troca de passes, aos 40 minutos, que quase levou ao gol. O problema é que nos demais 48 minutos de primeiro tempo, a lentidão e a sonolência tomavam o corpo de quase todos os colorados. Foi aí que, aos 41 minutos, gol do Ceará. Em contra-ataque, Samuel Xavier recebe sozinho na esquerda, cruza na pequena área, onde Thiago Galhardo mergulha para cabecear para o gol vazio. O primeiro tempo chegou ao final com dois chutes a gol: um de cada lado. O do Ceará, entrou.
Na segunda etapa, o Inter teve a chance do empate quando Bruno Silva interceptou a saída de bola da defesa cearense, passou para Guerrero que, de fora da área, sem goleiro, chutou para fora. O Inter do seguindo tempo ao menos parecia ter mais vontade. Zé Ricardo sacou Pottker e mandou Wellington Silva a campo, na tentativa do empate.
Aos 18 minutos, enfim, uma grande jogada do Inter. D'Alessandro cruzou na área, Patrick desviou de cabeça, e Bruno Silva, na pequena área, cabeceou uma vez mais, mas Diogo Silva foi um gato, saltando e tirando quase de dentro do gol. Depois, Guilherme Parede foi a campo no lugar de Bruno Silva, a fim de dar alguma velocidade ao sistema ofensivo do Inter.
Mesmo com as alterações, pouco mudou o futebol apresentado pelo Inter. Aos 42 minutos, mais um gol. Do Ceará. Mateus Gonçalves, livre, da entrada da área, bateu cruzado, sem chances para Danilo: 2 a 0.
Após a derrota no Gre-Nal, o Ceará surgia como chance de reabilitação. O campo, de novo, provou o contrário para um time que parece jogar cada vez menos e que parece estar esperando apenas o calendário ingressar no mês de dezembro, e a vida recomeçar sob o comando de Eduardo Coudet.