Uma vitória no último minuto, com o selo Paolo Guerrero de oportunismo, abriu vantagem para o Inter nas oitavas de final da Libertadores. O Colorado venceu o Nacional por 1 a 0 no Gran Parque Central. Agora, no jogo de volta, na próxima quarta-feira (31), em Porto Alegre, os gaúchos precisam de um empate para ir às quartas. Antes, porém, enfrentam o Ceará no sábado, pelo Brasileirão, no Beira-Rio.
Em uma disputa parelha, pegada, com a cara do futebol uruguaio, o centroavante foi a diferença. Guerrero ficou o tempo inteiro sob intensa vigilância dos zagueiros, teve dificuldade para dar sequência aos lances e, quando parecia que não sairia do zero, na única chance real que teve, marcou. Por isso, recebeu elogios.
— Guerrero é o melhor centroavante da América do Sul, na minha visão. Ele não era um cara de fazer 30 gols, mas ajudava muito. E é assim aqui, tem feito a diferença, é um grande jogador vestindo a nossa camisa — declarou o vice de futebol colorado, Roberto Melo.
O centroavante, porém, dividiu os méritos. Segundo ele, o resultado foi importante para dar confiança ao time:
— Não sei se é o nosso melhor momento na temporada, não vou fazer uma análise agora. Mas acho que estamos no caminho certo e precisamos manter o foco, sem desconcentrar.
O respeito ao adversário e de não mudar a postura foi o tom do final do jogo. Todos os entrevistados após a partida insistiram no discurso de que é preciso ter cuidado com o time uruguaio.
— Nacional é uma boa equipe, sabe jogar o jogo aqui, usa a força para impor seu ritmo. É a primeira derrota deles em casa. Mas também mostra nossa tática, de controle da partida, de posse. Não abdicamos disso — analisou o técnico Odair Hellmann.
Em sua visão, a equipe esteve organizada durante a partida, sabendo entender o jogo e defender na hora em que é pressionado. Para ele, o Inter é um time maduro neste ponto, de sobreviver nos momentos de dificuldade, com consistência defensiva.
Wellington Silva, desarquivado depois de pouco usado no primeiro semestre, está consolidado como uma opção ofensiva. O ex-atacante do Fluminense entrou nos minutos finais da partida e deu a assistência para o gol de Guerrero. Ele comemorou a oportunidade:
— Nosso grupo é muito bom, forte e foi mais uma prova disso. O grupo deles (Nacional-URU) é muito experiente e forte dentro de casa. Soubemos jogar a partida, atacamos quando tivemos de atacar e defendemos quando tinha que defender, e fomos premiados com o gol.
Ainda assim, alertou:
— Vamos levar algumas lições aqui de Montevidéu. No primeiro tempo, perdemos muitos rebotes. Acertamos no intervalo. Libertadores tem de ter atenção sempre.
D'Alessandro, que começou como titular longe do Beira-Rio pela primeira vez desde o Gauchão, também comentou o desempenho e o resultado:
— Sempre estive preparado, mesmo quando estava no banco. Fizeram conjecturas se eu ia brigar, discutir com o treinador por estar na reserva. Já passou um ano e oito meses e não teve nada disso. Sei que mesmo fora posso ajudar. O grupo sabe que pode contar comigo.
O Inter renova as esperanças também na Libertadores.