Mesmo com a janela de transferências aberta, os ventos não sacudiram o Beira-Rio. Nenhuma saída surpreendeu o Inter. O único susto foi o volante Edenilson, que depois de ser assediado pelo futebol árabe, está muito próximo de ter sua permanência sacramentada, com direito a valorização salarial e prorrogação de contrato.
Como esperado, Iago acabou vendido ao Augsburg, da Alemanha, em um negócio que rendeu cerca de R$ 22 milhões aos cofres vermelhos. Outro que também deixou o vestiário do Inter foi o uruguaio Jonatan Alvez, que não teve seu empréstimo renovado e, ao que tudo indica, acabará retornando ao Barcelona de Guayaquil, do Equador, onde é ídolo.
Aliás, a movimentação tímida do mercado colorado costuma se repetir nos últimos anos. A última vez que o clube mais se reforçou foi em 2016, quando trouxe Seijas, Ariel, Nico López e Eduardo Henrique. E o final, todos lembram, não foi tão feliz.
Em 2017, em meio à Série B, o Inter não contratou ninguém e ainda vendeu William ao Wolfsburg. Em 2018, não perdeu nenhum atleta e trouxe jogadores de pouca grife: o próprio Alvez e o meia argentino Sarrafiore, que só foi estrear na última rodada do Brasileirão. A exceção ficou por conta de Paolo Guerrero, que após um litígio com o Flamengo, desembarcou em Porto Alegre em agosto. Ainda assim, como teve sua liminar cassada, foi impedido de jogar.
— Estamos em meio à temporada e, por mais que seja a janela forte da Europa, fica difícil de mudar muita gente agora. Não estamos no mesmo calendário que os europeus. Para nós, o momento ideal de contratar é no início do ano, para o jogador fazer uma pré-temporada — explica o vice-presidente de futebol do Inter, Roberto Melo.
Até agora, apenas o lateral Natanael, vindo do futebol búlgaro, foi anunciado, em uma clara reposição a Iago. Isso não quer dizer, no entanto, que os dirigentes não busquem mais reforços. As sondagens ao ex-palmeirense Keno, hoje no Pyramids, do Egito; ao paraguaio Ángel Romero, do Corinthians; e a Marcos Guilherme, que está no Al-Wehda, da Arábia Saudita, evidenciam para qual lado aponta o timão vermelho: o setor ofensivo. Porém, a cautela no discurso é mantida.
— Sempre que puder, vamos trazer jogadores que agreguem. Mas, nesse momento, as contratações são para suprir saídas ou para trazer nomes que a gente entenda que vão qualificar a equipe. Não adianta contratar por contratar — conclui Melo.
Movimentações do Inter na janela
Quem saiu: lateral-esquerdo Iago, para o Augsburg, da Alemanha; e Jonatan Alvez, de volta para o Junior de Barranquilla, da Colômbia
Quem chegou: lateral-esquerdo Natanael, do Lugodorets, da Bulgária
Quem pode sair: Edenilson, para o Al-Hilal, da Arábia Saudita
Quem pode chegar: Marcos Guilherme, do Al-Wehda, da Arábia Saudita; ou Ángel Romero, do Corinthians