Já faz algum tempo que o Inter sofria de um mal imperdoável no futebol: o temor do adversário. Se temor for uma palavra muito forte, digamos que o Colorado vinha se escondendo demais no seu próprio campo _ às vezes após fazer um gol, quando a desvantagem levava o adversário a vir puxar briga perto da grande área colorada.
Nas últimas duas partidas fora de casa contra equipes de primeira linha, como foram Palmeiras e River Plate, o Inter mostrou maturidade e coragem para se posicionar na maior parte do tempo no terreno inimigo. Soube manter os jogadores avançados, trocar passes, seguir buscando o gol.
É possível dizer que os dois resultados foram injustos, tanto a derrota em São Paulo quanto o empate em Buenos Aires. Contra os palmeirenses, alguém pode argumentar que seria difícil o Colorado ter empatado se praticamente não chutou. Mas também é verdade que teve mais volume de jogo e posse de bola. No confronto com o River, aquele empate nos acréscimos foi injustiça dos deuses da bola (ou quem sabe tenham apenas tentado evitar muita euforia fora de hora).
É só não recuar
O importante é que, se os resultados não andam fazendo jus à produção da equipe, o time está pronto para alçar voos mais altos e alcançar vitórias contra qualquer um. Pode faltar um pouco mais ousadia no momento de concluir, às vezes, tranquilidade. Mas são pequenos defeitos mais fáceis de corrigir do que uma postura tímida demais em campo, que ameaçava custar muito caro às pretensões coloradas. Pelo que mostrou, principalmente no Monumental de Núñez, o Inter está no caminho que pode trazer muitas alegrias ao seu torcedor. É só não recuar.
