Envolvido na Libertadores, o Inter, enfim, estreará na Copa do Brasil, na noite dessa quinta-feira (23), às 20h, diante do Paysandu, no Estádio Beira-Rio. Por estar na elite continental na atual temporada, a equipe de Odair Hellmann teve o privilégio de ingressar no torneio nacional já em uma fase mais adiantada. Terá pela frente outro estreante, o time de Belém, que disputa a Série C nacional, mas que também foi beneficiado com o acesso já às oitavas de final do torneio por ser o atual campeão da Copa Verde.
Para iniciar bem a sua caminhada rumo ao primeiro título nacional desde 1992 (quando ganhou a Copa do Brasil), por uma vaga à Libertadores de 2020 e pelo prêmio de R$ 64 milhões (o que o clube receberá, caso seja campeão), o Inter terá força máxima diante do Paysandu. Com exceção dos Rodrigos, Moledo e Dourado, além de Patrick, todos fora de ação por lesões, a equipe manterá a mesma mobilização de Libertadores.
— Pelo que senti do grupo, todo mundo quer jogar com a mesma convicção. A Copa do Brasil é tão importante quanto o Brasileirão. Só que a Copa do Brasil está mais próxima, e o mata-mata nos desafia a todo momento. Sabemos que é um jogo decisivo, temos que ir para cima, todo mundo quer jogar. O ambiente é muito bom. A gente está preparado e eu sinto isso no vestiário: todo mundo quer jogar, até o pessoal que recebeu menos oportunidades está pronto — disse o goleiro Marcelo Lomba.
Para tentar encaminhar já na estreia a vaga às quartas de final da Copa do Brasil — podendo até mesmo preservar alguns titulares da viagem de mais de 4 mil quilômetros entre Porto Alegre e Belém, para o jogo da próxima quarta-feira —, o Inter vai ao ataque. Nos últimos cinco jogo em casa, a equipe fez 10 gols (e ainda perdeu um pênalti, com D'Alessandro): média de dois gols por partida. Ainda que o Inter não tenha vencido nenhum jogo na temporada com diferença superior a dois gols, é possível que a necessidade estratégica de tentar garantir a classificação já em Porto Alegre coloque o time ainda mais à frente.
O histórico recente entre os dois clubes, porém, talvez não recomende tamanho otimismo. É bem verdade que os dois encontros de 2017, pela Série B, mostravam equipes em momentos muito distintos do atual. Naquele ano, o Inter de Antônio Carlos Zago perdeu por 1 a 0 no Mangueirão (e Zago foi demitido, devido aos maus resultados) e, no returno, a equipe já sob o comando de Guto Ferreira ganhou apertado dos paraenses: 3 a 2.
— No papel, é um time mais fraco (o Paysandu), mas isto não entra em campo. Tem que suar, competir e brigar. Vai ser um mata-mata difícil. Ainda mais por se decidir fora de casa — declarou D'Alessandro. — Não vou parar de jogar ao final do ano. Sempre faço os balanços no fim do ano, do que posso querer para o ano seguinte. Se me perguntarem hoje, não vou parar. Vou continuar jogando. Mas o que eu preciso fazer é continuar trabalhando. E, quando jogar, tentar fazer o meu melhor, como estou tentando fazer — completou o camisa 10, ao falar de seu futuro.
Para encarar um Paysandu provavelmente fechado e buscando os contra-ataques, o Inter deve apostar em cruzamentos para a área, mas, principalmente, nos chutes de fora da área. Neste ano, a equipe já marcou oito gols assim, um número superior ao de todo o ano passado, quando fez apenas três gols de longe, com a bola rolando.
Quarto colocado no recente Campeonato Paraense, o Paysandu não faz boa campanha na Série C. Ocupa a quarta posição no Grupo B, tendo vencido Ypiranga e Tombense, empatado com o Volta Redonda e perdido para o Juventude. Para enfrentar o Inter, o técnico Léo Condé não poderá contar com três titulares: o lateral-direito Tony, o volante Wellington Reis e o atacante Jheimy, pois todos já disputaram o torneio deste ano por outra equipes.
— Quando soube do adversário na Copa do Brasil, o torcedor mais otimista do Paysandu lembrou do encontro recente com o Inter, na Série B, quando ganhou por 1 a 0. Mas, de lá pra cá, o Inter voltou à Série A e o Paysandu caiu para a Série C. Só a Copa do Brasil então para promover um novo encontro. O time foi quarto lugar no Estadual e ainda tenta acabar com a desconfiança da torcida. O Paysandu precisa investir no otimismo, pois, além de enfrentar um Inter que faz boa temporada, a equipe vem de eliminações para equipes gaúchas na Copa do Brasil: para o Juventude, em 2016, e para o Novo Hamburgo, em 2018 — comentou Brenno Rayol, repórter do Globo Esporte Pará.
O Inter não estreia em casa pela Copa do Brasil desde 2016, quando goleou o Fortaleza por 3 a 0. Não chega à final do torneio desde 2009, quando perdeu a decisão para o Corinthians de Ronaldo Nazário. Com a equipe de Odair em evolução, e com confiança, talvez seja a hora de voltar a sonhar com o título.
As 24 campanhas do Inter na Copa do Brasil
1989
Parou nas oitavas de final, eliminado pelo Goiás
1990
Caiu na primeira fase, eliminado pelo Criciúma
1992
Campeão, ao vencer o Fluminense na final
1993
Eliminado nas oitavas de final, para o Londrina
1994
Foi até as quartas de final, quando perdeu para o Ceará
1995
Eliminado para o Paraná, nas oitavas
1996 e 1997
Eliminado nestas duas edições para o Flamengo, em ambas nas quartas de final
1998
Eliminado na primeira fase, para o América-MG
1999
Eliminado na semifinal, para o Juventude
2000
Eliminado na terceira fase, pelo Botafogo
2001
Eliminado na segunda fase, pelo o Fortaleza
2002
Eliminado nas oitavas de final, pelo o Atlético-MG
2003
Eliminado na segunda fase, pelo Remo
2004
Eliminado nas oitavas de final, pelo Vitória
2005
Eliminado nas oitavas de final, pelo Paulista
2008
Eliminado nas quartas de final, pelo Sport
2009
Foi à final, quando perdeu o título para o Corinthians
2013
Eliminado nas quartas de final, pelo Atlético-PR
2014
Eliminado na terceira fase, pelo Ceará
2015
Eliminado nas quartas de final, pelo Palmeiras
2016
Eliminado na semifinal, pelo Atlético-MG
2017
Eliminado nas oitavas de final, pelo Palmeiras
2018
Eliminado na quarta fase, pelo Vitória