Com a apresentação de Bruno, o Inter manteve o costume de contratar, no mínimo, um lateral-direito por ano. A última vez que o clube do Beira-Rio abriu uma temporada sem ver desembarcar um jogador da posição foi em 2012. Ainda assim, na metade daquele ano, o então diretor-técnico Fernandão trouxe do Mogi Mirim o desconhecido Edson Ratinho. De lá para cá, garotos da base, apostas e atletas experientes ocuparam o lado direito da defesa. E, por via de regra, ninguém conseguiu se firmar de fato.
Quem ficou por mais tempo foi Nei, que atuou por mais de 150 jogos com a camisa colorada. Trazido em 2010 junto ao Athletico-PR, o jogador venceu inicialmente uma disputa com o uruguaio Bruno Silva, indicado pelo técnico Jorge Fossati. Foi dele, inclusive, o primeiro gol da campanha vitoriosa no bicampeonato da Libertadores. Mas nunca foi unanimidade em meio à torcida. Tanto que, em janeiro de 2013, acabou sendo liberado para o Vasco.
Depois de Nei, o Inter resolveu apostar em Gabriel, que estava treinando separado no Grêmio. Com Dunga, o jogador chegou a ser campeão estadual no Beira-Rio e atuou na maioria das partidas como titular. Mas, com a troca no comando da equipe, quem acabou o ano na posição foi Ednei, trazido do Veranópolis após a disputa do Gauchão.
Em 2014, sem ninguém ter conseguido manter um padrão nas atuações, Abel Braga promoveu um rodízio entre Gilberto, Cláudio Winck e Wellington Silva. O último, no entanto, foi o autor do gol nos acréscimos, contra o Figueirense, em Florianópolis, que classificou a equipe para a Libertadores do ano seguinte.
Após a chegada do técnico Diego Aguirre, a direção resolveu apostar em outro nome: Léo, ex-Athletico-PR. O jogador, porém, acabou perdendo lugar na equipe para o jovem William, que subiu das categorias de base. Foi o próprio William que seguiu como dono da posição em 2016. Só cedeu espaço para Paulo Cezar Magalhães ou para o experiente Ceará quando foi deslocado para a lateral esquerda ou meio-campo.
Com o rebaixamento no Brasileirão, William pediu para ser negociado ao Wolfsburg, da Alemanha. Insatisfeitos, os dirigentes colorados afastaram o lateral até que a transação fosse concluída. Com a insuficiência de Júnio, Ceará e Alemão (contratado junto ao Paraná), o antigo titular foi trazido de volta do "exílio". Após sua venda, já sob o comando de Guto Ferreira, o Inter ainda deu outra chance a Cláudio Winck.
Por fim, em 2018, cinco laterais-direitos compuseram o elenco vermelho: Dudu, comprado do Figueirense; Ruan, que havia se destacado pelo Boa na Série B; Winck, que acabaria repassado ao Sport; Fabiano, emprestado pelo Palmeiras; e Zeca, trocado por Eduardo Sasha com o Santos. Nenhum deles ultrapassou a marca de 30 jogos.
- Confira os laterais direitos usados pelo Inter na década:
2018: Fabiano (29 jogos), Zeca (19), Dudu (9), Ruan (7) e Cláudio Winck (5)
2017: Cláudio Winck (22), Willian (20), Alemão (13), Júnio (13), Ceará (3)
2016: William (51), Paulo Cezar Magalhães (20) e Ceará (16)
2015: William (47), Léo (17) e Cláudio Winck (7)
2014: Gilberto (28), Cláudio Winck (26), Wellington Silva (14) e Diogo Mateus (10)
2013: Gabriel (49), Ednei (11), Cláudio Winck (3), Vilela (2)
2012: Nei (45), Edson Ratinho (9) e Cláudio Winck (2)
2011: Nei (54), Daniel (11)
2010: Nei (55), Bruno Silva (13) e Eltinho (1)