Ainda é cedo e foram apenas 10 dias de treinos comandados por Odair Hellmann na pré-temporada do Inter. Mas um esboço do time que o torcedor colorado poderá ver na largada 2019 já foi a campo no CT Parque Gigante. Há trocas que certamente serão feitas, como é o caso do ingresso de Rafael Sobis. O desenho da equipe deve ser semelhante ao Inter da temporada passada, que terminou na terceira colocação do Brasileirão.
Odair surpreendeu ao escalar William Pottker entre os titulares nas primeiras atividades com bola. O atacante foi fixado como referência do ataque — como um clássico camisa 9 — por dois dias consecutivos nesta semana, ocupando a vaga deixada em aberto com a saída de Leandro Damião. A ideia inicial da direção era usar Sobis para a função, com mais mobilidade no campo de ataque. Mas o atacante e ídolo da torcida deu início a sua terceira passagem pelo clube entre os reservas e na função de meia-atacante.
Há pelo menos duas opções para o treinador colorado. Se levar em conta o histórico do atacante nas conquistas da Libertadores de 2006 e 2010, Odair manteria Pottker como centroavante e escalaria Sobis ao seu lado no ataque, com mais mobilidade, a exemplo do Inter de 2005, comandado por Muricy Ramalho.
— Sobis não é um centroavante fixo, é mais segundo atacante mesmo. Era assim que a gente jogava naquela época. Se jogar com dois caras de lado rápidos, por exemplo, ele faz a área, abre espaço. Tem arremate. Mas o parceiro dele sempre é mais fixo — lembra Muricy, hoje comentarista do SporTV.
Do meio para frente, o time encerrou o polêmico Brasileirão daquela temporada com Edinho, Tinga, Ricardinho e Fernandão; Rentería e Rafael Sobis. Quando não tinha a parceria do colombiano, Sobis atuava como segundo atacante, com Fernandão mais presente na área.
Nas últimas temporadas, o atacante foi escalado como a referência do ataque. Foi assim no Cruzeiro de 2017, sob comando de Mano Menezes. Mas, segundo Guilherme Guimarães, repórter e setorista do clube mineiro no jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte, Sobis não se sentiu à vontade nesta função, por ficar de costas para o gol:
— Sobis não é centroavante, mas se sacrificou bastante aqui no Cruzeiro jogando algumas partidas no papel do falso 9. O rendimento não foi bom quando atuava assim, mas ele jogava para cumprir o pedido do treinador. Era reserva, considerado um jogador importante. Mas seu papel nos bastidores teve mais destaque do que no campo.
Ou seja, jogar ao lado de um centroavante — no caso, Pottker — não será novidade para o camisa 23. A questão é: quem sai do time? Se entrar no lugar de Patrick, em um 4-4-2, o time continuará com poder de marcação? Ou Odair repetirá boa parte da temporada 2018 e deixará D'Alessandro no banco?
São questões que começarão a ser respondidas nas próximas semanas.