Está nos bons dicionários da língua portuguesa: "Escambo: troca de mercadorias ou serviços sem fazer uso de moeda". Sem recursos para grandes investimentos, os clubes brasileiros que não se chamam Palmeiras nem Flamengo partirão para troca-trocas a fim de reforçarem seus elencos para a Libertadores 2019.
É o caso de Inter e de Atlético-MG. Os colorados querem o volante Elias, 33 anos. Os atleticanos, a volta de Réver, também com 33 anos, o capitão dos tempos de glória do clube. Foi ele quem ergueu o troféu da Libertadores de 2013.
Réver tem os direitos econômicos ligados ao Inter até o final de 2019, e é o principal ativo colorado para uma possível troca com os mineiros pelo volante.
Porém, o Atlético-MG quer mais. Exige também a inclusão de Zeca ou William Pottker na negociação. O que se trata é de um empréstimo geral por um ano. No caso, o Inter ficaria sem Réver, que não renovaria o contrato com o clube e assinaria mais tarde por três anos com os mineiros. Já Elias, ampliaria o seu vínculo com o Atlético-MG por mais um ano, até o começo de 2021, para que pudesse ser cedido ao Beira-Rio.
Além disso, Elias e Pottker ou Zeca (caso a negociação ocorra nestes moldes) iriam por empréstimo com percentuais fixados para futuras vendas.
Comprado do Sporting-POR em 2017, Elias custou ao Atlético-MG R$ 8,4 milhões (por 70% dos direitos econômicos). O Sporting detém os outros 30%. No contrato de Elias, o volante anda teria direito a um bônus de R$ 3,5 milhões, caso os mineiros conquistassem o Brasileirão ou a Libertadores. Perdeu dinheiro.
Com 111 jogos e 17 gols pelo Atlético-MG, Elias viveu uma temporada de altos e baixos em 2018. Perdeu a posição para o jovem volante Gustavo Blanco, e só voltou a ser titular com a lesão do prata da casa. Com o retorno de Levir Culpi ao clube, voltou a jogar bem. Mas, desde a sua chegada, a equipe sempre esperou mais de Elias, e ele não conseguiu corresponder.
Com outros quatro jogadores para a função — Blanco, Adilson, Lucas Cândido e Zé Welison —, Elias não é considerável imprescindível para os mineiros em 2019, que precisam reforçar a equipe em outras posições, mas que não têm recursos financeiros para isto.