Com Rodrigo Dourado e Edenilson em campo, o Inter tem aproveitamento de campeão. Sem um deles, só o Paraná tem uma campanha pior no Brasileirão. E para enfrentar o Ceará, às 17h (de Brasília) de domingo, Odair Hellmann contará com sua dupla de volantes.
Juntos, eles só perderam uma vez (para o Palmeiras, na segunda rodada do campeonato). Conquistaram 15 vitórias e empataram oito vezes. O aproveitamento é de 73,6%, superior aos 68,8% do atual líder da competição. Nos sete jogos em que um ou outro, a equipe saiu vencedora em apenas um, com duas igualdades e quatro derrotas.
Paradoxalmente, porém, a única partida que não contou com nenhum deles teve vitória – a de domingo passado, contra o Atlético-PR, que atuou com time reserva, no Beira-Rio, com direito a pênalti polêmico. O aproveitamento sem os dois é de 33%, maior apenas do que o do já rebaixado Paraná.
— Quando joguei aí, Muricy Ramalho gostava de ter uma dupla de volantes. Comigo, era o Claiton. Lembro que fiquei de fora de algumas partidas e tivemos dificuldade. O entrosamento pesa muito nessa hora. E se naquele tempo já fazia diferença, imagina agora, que o futebol está mais veloz e mais dinâmico. Dourado e Edenilson conseguem segurar os adversários e surpreendê-los — atesta o ex-volante Flávio, que passou pelo Inter em 2003, na campanha que deu à equipe o sexto lugar no Brasileirão.
Para o analista tático Renato Rodrigues, coordenador do DataESPN, há um aspecto importante a ser avaliado é a reposição. Segundo ele, principalmente para o caso de Dourado, não existe um reserva imediato que consiga entregar ao time a mesma qualidade que o titular oferece.
— Não gosto muito de entender o futebol pelas peças individuais. É um esporte coletivo e precisa ser tratado assim. Mas para o modelo de jogo do Inter, o Dourado é fundamental. E o ano dele é de afirmação. De deixar de ser promessa ou de apenas alguém com potencial para se transformar em uma realidade do futebol brasileiro. Talvez seja o melhor cabeça de área atuando no Brasil. Ele ajuda na organização defensiva, faz a leitura e ocupa os espaços, fecha o miolo — pondera.
Sobre Edenilson, o analista vê alta qualidade na entrega para o jogo e na intensidade que empresta ao meio-campo. Ainda que veja em Patrick (outro titular) uma semelhança de estilo e força, entende que o conjunto fortalece a maneira de jogar da equipe, equilibrando controle com reação e velocidade.
E Odair poderá comemorar a volta do conjunto. Com os retornos de Dourado, Edenilson e Jonatan Alvez, que estavam suspensos, o treinador terá todo o grupo à disposição. Um luxo para as rodadas finais do campeonato, que serão disputadas com partidas a cada três ou quatro dias. Algo que pode garantir uma vaga à Libertadores já na próxima rodada (para a fase preliminar) e encaminhar à etapa de grupos. Além, é claro, de seguir a perseguição ao Palmeiras.
— São seis rodadas importantíssimas. Quem conseguir dar o sprint tem mais chances. Será uma rotina de quarta e domingo. Vai ter que ter elenco, atenção na parte física. E acima de tudo, cuidar os detalhes. Precisamos ter atenção até o final, independentemente de jogar bem — comentou o goleiro Marcelo Lomba.
Para enfrentar a dificuldade de um Ceará com aproveitamento de G-4 em casa, Odair terá à disposição um time com aproveitamento de líder. Uma arma a mais para enfrentar um time que luta contra o rebaixamento, um estádio lotado e o calor.
COM DOURADO E EDENILSON
- 24 jogos
- 15 vitórias
- 8 empates
- 1 derrota
- 73,6% de aproveitamento
- 36 gols a favor (média de 1,5 por jogo)
- 14 gols contra (média de 0,58 por jogo)
SEM DOURADO E/OU EDENILSON
- 8 jogos
- 2 vitórias
- 2 empates
- 4 derrotas
- 33,3 % de aproveitamento
- 8 gols a favor (média de 1 por jogo)
- 10 gols contra (média de 1,25 por jogo)