Ninguém é líder por acaso. Se o Inter está em primeiro lugar no Brasileirão, isso é consequência de um trabalho que envolve muita gente. Mas eu gostaria de citar dois nomes aqui, um de dentro e um de fora do campo.
Trabalhando nas categorias de base do clube desde 2009 e praticamente desconhecido do público, Odair Hellmann foi efetivado como treinador no fim do ano passado. Recebeu a dura missão de (re)montar o time que voltava ao convívio dos grandes e, obrigatoriamente, precisava se reafirmar.
Ainda no começo da temporada, teve que encarar o Grêmio recém campeão da América e cantado por todos como o melhor time do país. Foi eliminado do Gauchão. Sofreu calado. Baixou a cabeça e trabalhou. Hoje treina o time que lidera a Série A do Campeonato Brasileiro e já é apontado como o técnico revelação da temporada pela imprensa esportiva nacional. Trata-se de uma afirmação.
Além de fazer esse "novo" time, Odair teve outra difícil empreitada: resgatar a autoestima de alguns jogadores que sofreram na pele as consequências de um rebaixamento. Um deles é Rodrigo Dourado, tantas vezes crucificado. Ele até poderia ter pedido para sair do clube em vez de jogar a Segundona. Resolveu ficar. Atravessou o inferno e tornou-se o capitão e melhor jogador do líder do Brasileirão.
Merecedor
Por mais que esse grupo de jogadores mostre sua qualidade, sua união e seu foco e todos sejam merecedores dos elogios que proliferam nesse momento, ninguém merece mais do que Dourado. Ele, dentro do campo, e o técnico Odair, fora. São os emblemas desse Inter que surpreende o Brasil.