Uendel deve disputar hoje sua 65ª partida pelo Inter. O lateral-esquerdo de 29 anos é o mais cotado para substituir o suspenso Iago diante do Vitória, às 19h30min, no Barradão. O curioso é que 60 desses 65 jogos ocorreram no ano passado. Caso seja confirmado, entrará em campo pela primeira vez após três meses.
Depois de ser contratado junto ao Corinthians no início de 2017, Uendel firmou-se na posição com atuações consistentes e seguras. Mesmo com a contratação de Carlinhos, não perdeu a posição, tendo desempenhado, às vezes, funções diferentes, como meia e volante. Foi responsável por um gol e sete assistências. Chegou a ser capitão, tamanha liderança. Era um nome praticamente garantido no time titular.
Até que se machucou, contra o Veranópolis, na primeira partida de 2018. Aos 23 minutos do primeiro tempo, uma lesão no ligamento colateral medial tirou-o das atividades por algumas semanas. Iago aproveitou a oportunidade e não saiu mais do time. Por isso, Uendel só entrou em campo quatro vezes: além do jogo com o Veranópolis, esteve também diante do São Paulo-RG, do São Luiz (todos pelo Gauchão) e parte do segundo tempo do confronto com o Remo, pela Copa do Brasil.
— Creio que a falta de ritmo é o principal obstáculo para ele. É importante dosar as forças, equilibrar metabolismo e respiração, não se atirar no início e pegar confiança aos poucos. Mas o Uendel é um jogador experiente, um grande lateral. Com certeza não vai sentir — aponta o ex-lateral-esquerdo colorado Daniel Franco.
Para o camisa 6 do título da Copa do Brasil de 1992, a dificuldade que o Vitória tradicionalmente impõe ao Inter, principalmente em Salvador, deve fazer Uendel manter um estilo mais conservador.
— O lateral é antes um defensor, depois um atacante. Se fosse um jogo do Gauchão ou contra um adversário menor, poderia ter mais facilidade. Uma partida do Brasileirão exige concentração especial — arremata.
Uendel formará o lado esquerdo da defesa com Víctor Cuesta, que volta ao time após cumprir suspensão diante do Corinthians. A outra novidade está no ataque: com a ausência de Leandro Damião, que levou o terceiro cartão amarelo, três jogadores disputam a vaga: Nico López, Rossi e Brenner.
O uruguaio tem a seu favor a versatilidade de atuar tanto aberto quanto de centroavante. O problema é a oscilação de suas atuações, ora goleadoras e verticais (como na estreia do Brasileirão, contra o Bahia), ora apagadas e burocráticas (como contra o próprio Vitória, pela Copa do Brasil). Rossi, autor do gol da vitória sobre o Corinthians, obrigaria Odair a deslocar Pottker ou Lucca para o centro do ataque. Brenner, por sua vez, teria as características mais parecidas às do titular, mas a inexperiência pode deixá-lo como opção para o segundo tempo.
A mudança, para o zagueiro Rodrigo Moledo, não deve mexer no estilo da equipe.
— Damião é um grande jogador, que ajuda bastante. Quem entrar vai dar conta do recado. Taticamente, a equipe melhorou bastante, não falta empenho nos jogos, dedicação. Agora temos uma sequência muito grande, é mais descansar e conversar internamente para ver o que podemos melhorar — disse.
No Vitória, a principal preocupação de Vagner Mancini é com Neílton, o destaque do time. O atacante, de acordo com a comissão técnica, está desgastado e chegou a ser dúvida para a partida do final de semana por conta de dores no joelho.
— Só tivemos uma semana em que a equipe não jogou mais de uma vez. Isso traz problemas, até mesmo com o emocional do atleta. O mais importante é quando o treinador detecta, que tem que fazer as mudanças de peças. Nosso dia a dia é muito desgastante — comentou o treinador.