Se somar os cinco jogos do Brasileirão e os seis da Copa do Brasil, os atacantes do Inter deram 24 chutes na direção do gol. A média de pouco mais de dois por partida talvez explique as dificuldades coloradas para balançar as redes nas partidas mais importantes, contra adversários de maior porte. A rigor, diante de oponente da Série A, a equipe só marcou três vezes (dois contra o Bahia e um contra o Vitória).
No Gre-Nal, apenas Leandro Damião obrigou Marcelo Grohe a praticar uma defesa. As demais conclusões não tiveram como endereço a meta gremista. Reservas, Rossi, Wellington Silva e Brenner não conseguiram nem sequer acertar o gol — bem verdade que em menos minutos em campo. Mas um resumo poderia ser: o Inter chuta pouco e, quando chuta, chuta mal.
— Considero o Gre-Nal uma exceção. O Inter jogou respeitando o momento do Grêmio. Por isso o excesso de zelo defensivo, os cuidados todos. Agora, contra a Chapecoense, em casa, a hora é de atacar. Mesmo que o time não esteja confiante, seguro, precisa se impor, ser o Inter no Beira-Rio mesmo — comenta o ex-centroavante Washington, hoje técnico do Itabaiana-SE. — O número de conclusões é baixo, sim. E é até lógico, quanto mais uma equipe criar, mais chance ela tem de fazer gols — completa.
Para enfrentar um adversário que provavelmente terá postura defensiva, como a Chapecoense deve fazer no Beira-Rio na segunda-feira, o Inter precisará aumentar seus índices. Chutes de fora da área poderão ser alternativas, como houve contra o Cruzeiro, que teve uma postura cautelosa. Outra é apostar no talento, no drible, o que costuma ser chamado de 1 contra 1.
— Temos grandes jogadores do meio para frente que podem surpreender a zaga adversária. Temos uma semana cheia pra trabalhar, temos a volta do D'Ale, a volta do Pottker. Acredito que vamos fazer um bom jogo — aposta Rossi.
Mas não é bem assim. D'Alessandro e Pottker serão julgados nesta quinta no STJD. O capitão foi indiciado pelo procurador por uma suposta agressão a Lucas Paquetá. O camisa 99 foi expulso por dar uma cabeçada em Vinícius Júnior. Podem pegar de quatro a 12 jogos.
Além da pressão pelo resultado (o Inter começa a rodada na 16ª posição e pode entrar em campo ocupando a zona de rebaixamento), os mais de 400 minutos sem marcar precisam ser estancados.
— Na parte da frente às vezes falta algo, um detalhe para fazermos o gol, mas segunda sairá este gol — garantiu o volante Rodrigo Dourado.
Para fazer gol, vai precisar chutar mais. E melhor.
NÚMEROS DOS ATACANTES*
LEANDRO DAMIÃO
- 430 minutos
- 1 gol (pela Copa do Brasil)
- 8 finalizações certas / 14 erradas
- 51 passes certos / 34 errados
BRENNER
- 95 minutos
- 0 gol
- 2 finalizações erradas
- 25 passes certos / 6 errados
ROSSI
- 157 minutos
- 0 gol
- 2 finalizações erradas
- 29 passes certos / 14 errados
LUCCA
- 142 minutos
- 0 gol
- 4 finalizações certas / 1 errada
- 20 passes certos / 6 errados
WELLINGTON SILVA
- 23 minutos
- 0 gol
- 1 finalização errada
- 15 passes certos / 2 errados
POTTKER
- 594 minutos
- 5 gols (1 pela Copa do Brasil)
- 5 finalizações certas / 9 erradas
- 157 passes certos / 24 errados
NICO
- 389 minutos
- 5 gols (2 pelo Brasileirão)
- 6 finalizações certas / 7 erradas
- 107 passes certos / 21 errados