O regulamento da Copa do Brasil beneficiou o Inter em sua primeira rodada. A equipe gaúcha, na estreia na competição, empatou com o Boavista em 1 a 1 e avançou graças à fórmula do torneio, que dá a vantagem da igualdade para o visitante — a partida tinha mando dos cariocas, mas foi realizada no Estádio Olímpico de Cascavel, no Paraná. Agora, aguarda o vencedor de Atlético-ES e Remo, que se enfrentam na quarta-feira que vem, no Espírito Santo.
O gol sofrido aos 43 minutos do segundo tempo deixou uma ponta de frustração e motivou vaias dos cerca de 5 mil colorados que estiveram nas arquibancadas.
— Infelizmente tomamos um gol no final, daí fica aquela sensação ruim. Mas quero pedir aplauso da torcida. É começo de temporada e a Copa do Brasil é uma competição perigosa, uma derrota nos eliminaria. Temos de fazer mais gols, aproveitar as chances que criamos. Merecemos a classificação — analisou D'Alessandro, um dos destaques da partida.
O outro destaque foi William Pottker. Depois de um primeiro tempo ruim e atrapalhado — em que foi até vaiado por alguns torcedores, que pediam Nico López —, o atacante marcou o gol da vitória. Mas não esqueceu a pressão sofrida na etapa inicial.
— A torcida tem preferências, principalmente por jogadores de fora, ainda mais da Argentina, do Uruguai. O brasileiro é receptivo — disparou Pottker, que, depois, tentou esclarecer: — Eles têm carinho pelo Nico, e isso não me incomoda, até porque o Nico não faz as mesmas funções minhas. Se eu tiver que ir para outra equipe e tiver de enfrentar essa preferência em outros lugares, também vou enfrentar. Minha cabeça está no Inter. Recebi proposta e fiquei, todo mundo sabe. Quero ficar aqui, preciso deixar bem claro isso. Vou é me dedicar mais com os companheiros.
A torcida tem preferências, principalmente por jogadores de fora, ainda mais da Argentina, do Uruguai. O brasileiro é receptivo.
WILLIAM POTTKER
Atacante do Inter
Passado o momento desabafo do atacante, goleador do time na temporada, com três gols em três jogos, o vice de futebol, Roberto Melo, e o técnico Odair Hellmann analisaram a partida.
— Se a cada atuação que não for como desejamos mudarmos o planejamento, não existe planejamento. A pré-temporada ainda não terminou. Não influencia em nada (a classificação com um empate). Ficamos chateados por não termos matado o jogo, mas faz parte. É corrigir os erros e ter um rendimento melhor nas próximas partidas — disse o dirigente.
O treinador explicou a opção por começar o jogo com Gabriel Dias e Dudu de titulares, nos lugares de Camilo e Cláudio Winck:
— A escolha pelo time foi o que iniciou o jogo em Caxias, menos o Dudu no lugar do Winck, mas o Dudu estava machucado. Optei por repetir a escalação e a ideia de jogo. Camilo vem de recuperação, ficou muitos dias fora do trabalho. Tivemos o cuidado, estamos pensando a médio e longo prazo. Quisemos dar sequência ao time que foi elogiado por todos. Queremos dar mais liberdade para o Pottker não só acompanhar o lateral, mas se movimentar por mais lugares. Hoje (Ontem) ele fez gol de bola escorada. Vimos que o Boavista fechava o centro no cruzamento, mas não o rebote. Ele aproveitou isso. Para dar essa liberdade a ele, o Gabriel preenche o espaço no meio-campo, e o Edenilson dá dinâmica pelos corredores.
A próxima partida do Inter será no domingo, às 17h, contra o Brasil-Pel, em Pelotas. A ideia é usar o máximo de jogadores titulares possíveis, já que depois da partida no Sul, os colorados só voltarão a campo em 10 dias (não há rodada prevista para o final de semana do Carnaval). Os atletas serão reavaliados a partir desta quinta-feira.