O regulamento da Copa do Brasil beneficiou o Inter já em sua primeira rodada. A equipe gaúcha, na estreia na competição, empatou com o Boavista em 1 a 1 e avançou graças à fórmula do torneio, que dá a vantagem da igualdade para o visitante — a partida tinha mando do Boavista-RJ, mas foi realizada no Estádio Olímpico de Cascavel, no Paraná. Agora, aguarda o vencedor de Atlético-ES e Remo, que se enfrentam na quarta-feira que vem.
Para encarar um time mais preocupado com o Estadual do que com a competição nacional, Odair Hellmann apresentou duas novidades com relação ao time que treinou na segunda-feira e estava sendo especulado: Dudu foi o lateral-direito e Gabriel Dias ganhou a vaga de Camilo. A alteração deveria dar mais liberdade de movimentação para Edenilson.
Nos 15 primeiros minutos, foi exatamente isso o que se viu. O Inter partiu para cima logo de cara e pressionou o Boavista já no campo de ataque. A todo momento, chegava à frente, principalmente pelas beiradas do campo, com Dudu e Iago aparecendo com frequência na linha de fundo. De fato, o gramado mais fofo, sobre o qual a comissão técnica colorada alertou, trancava a bola, diminuindo a velocidade do jogo.
Ainda assim, as duas primeiras chances de gol foram coloradas. Uma foi um chute de pé esquerdo de Klaus, após cobrança de escanteio, por cima da trave. A outra teve tabela entre D'Alessandro, Pottker e Iago, mas o lateral, em vez de concluir, tentou assistir Damião, e o passe acabou interceptado.
Dali em diante, o jogo perdeu ritmo. Mesmo que tentasse criar, o Inter esbarrava em atuações apagadas de jogadores importantes para a mecânica, como Gabriel Dias, Rodrigo Dourado e, principalmente, William Pottker. Sobravam apenas Edenilson e D'Alessandro como organizadores. E para o bem do time, D'Alessandro estava inspirado. O capitão assumiu a armação de todos os lances ofensivos. Aos 38, Damião escorou para Dourado chegar chutando, mas foi travado pelo zagueiro. Na cobrança do escanteio, o argentino encontrou Klaus sozinho, mas o cabeceio foi defendido por Rafael. A sequência teve as duas melhores chances coloradas: uma troca de passes entre os jogadores do meio envolveu a defesa carioca até que Dourado entregasse para Edenilson, pelo lado esquerdo, sozinho, concluir fraco. Depois, na única arrancada que conseguiu vantagem sobre os adversários, Pottker avançou ao fundo e rolou para trás, mas a defesa salvou o gol de Damião.
Boavista e Inter voltaram para o segundo tempo sem alterações. O panorama, consequentemente, também não mudou. E a falta de criatividade logo fez boa parte dos milhares de colorados nas arquibancadas pedirem o ingresso de Nico López.
Odair Hellmann manteve sua estratégia e não promoveu substituições. Foi premiado aos 12 minutos. A jogada começou com passe de Gabriel Dias para Leandro Damião. Na linha de fundo, o centroavante cruzou forte, para o segundo pau, onde entrava D'Alessandro. Com tranquilidade, o capitão apenas escorou para trás, na marca do pênalti. Pottker nem dominou, bateu de primeira e venceu o goleiro Rafael: Inter 1 a 0.
Depois do gol, o técnico do Boavista mexeu no time: saiu Léo Pimenta e entrou Renan Donizete, filho do ex-atacante Donizete, que marcou época em Botafogo e Vasco. Odair também mudou a equipe. Aos 25, tirou Gabriel Dias e colocou Camilo. A troca recuou Edenilson para uma função mais defensiva, ao lado de Rodrigo Dourado.
Na primeira jogada de Patrick, que entrou no lugar de D'Alessandro, ele encontrou Cuesta livre. O zagueiro encheu o pé e Rafael salvou o Boavista. Ainda houve tempo para outra oportunidade clara colorada. Uma linha de passes na área teve participação de Camilo e Pottker. O atacante entregou a Damião, que bateu, mas a bola desviou em um zagueiro e foi para fora. O centroavante foi substituído por Nico.
Perdendo as chances, o Inter ainda passou por um pequeno sufoco nos últimos minutos. Aos 43, Vitor Faísca chutou de longe, Danilo espalmou para o meio da área e Renan Donizete empurrou para o gol: 1 a 1 e susto. Mas a vaga chegou.