Para Klaus, o jogo das 19h15min desta quinta-feira tem valor especial. Será o reencontro do zagueiro com o Juventude, seu ex-clube, com o técnico que o indicou ao Inter e com o time que enfrentou pela última vez no ano passado, quando sofreu uma grave lesão no braço esquerdo e ficou afastado até a pré-temporada.
Era 9 de setembro, sábado de um feriadão que havia começado na quinta-feira para muitos brasileiros. Pela 23ª rodada da Série B, o Inter subia a Serra para defender uma série de seis vitórias seguidas sob comando de Guto Ferreira. No Alfredo Jaconi, D'Alessandro era o desfalque, substituído por Felipe Gutiérrez. O chileno, inclusive, marcou o gol de empate, pouco depois de Micael fazer 1 a 0 para o time da casa. Mas foi um lance no final do primeiro tempo que marcou a carreira de Klaus.
O zagueiro vivia seu melhor momento (segundo ele mesmo), fixado na defesa ao lado de Víctor Cuesta. Em uma disputa de bola aérea com Ramon, desequilibrou-se e tombou, quebrando o braço.
— Lembro de ir na bola. Tinha certeza que ia pegar, era uma jogada comum, que acontece muitas vezes. Depois, só lembro da dor, no vestiário. Foi muito forte, tanto que nunca mais revi nada daquele lance na TV, na internet — contou a Zero Hora o zagueiro.
Quem viu por outro ângulo também ficou impactado com a cena. Caso de Gilmar Dal Pozzo, então técnico do Juventude.
— Ele caiu sem proteção. Foi um lance muito, muito feio. Um acidente. Uma pena, era o melhor momento, vinha em uma sequência boa — recordou.
Depois daquele jogo — que acabou 2 a 1 para o Juventude —, Klaus não voltou mais a atuar pelo Inter. Acompanhou pela TV ou na arquibancada do Beira-Rio o resto da competição que devolveu o clube à Série A. Na pré-temporada, porém, voltou a ganhar chances de Odair Hellmann e se recolocou ao lado de Cuesta como titular.
— Acompanhei a ascensão dele desde a base do Juventude. Ele enfrentou a desconfiança normal de chegar no Inter, mas mostrou força, velocidade, boa leitura de jogo. Ainda precisa melhorar a saída de bola, mas me agrada muito. E forma com o Cuesta uma dupla muito sólida — avaliou Gilmar Dal Pozzo.
A ascensão de Klaus no Juventude contou muito com a força de Antônio Carlos Zago. O técnico, adversário da noite, lhe deu oportunidades na defesa e o garantiu como titular. Sua confiança no zagueiro foi tão grande que acabou o indicando ao Inter.
— Formamos a defesa por um ano, tivemos um bom entrosamento. Zago conversava bastante com a gente, é sempre bom ouvir um cara como ele, com experiência fora do Brasil. Klaus tem mostrado qualidade, cresceu tecnicamente e sabe simplificar quando não consegue sair jogando — opinou o zagueiro Héverton, ex-companheiro no Juventude, hoje no Brasil-Pel
O reencontro de Zago e Klaus é mais um ingrediente de Inter x Juventude. E para Inter x Juventude, ingrediente nunca falta.