Em algum lugar de Salvador, Guto Ferreira passou sua última noite baiana com um sorriso no rosto. O novo técnico colorado, que atravessará o país na manhã de hoje para dar treino em Porto Alegre à tarde e ser apresentado viu a melhor partida dos novos comandados dos últimos tempos. A vitória por 2 a 1 sobre o campeão brasileiro Palmeiras eliminou a equipe gaúcha da Copa do Brasil, mas estabeleceu um novo parâmetro de avaliação, depois de dois maus desempenhos na Série B.
– O modelo do Inter é esse. Encarar todo mundo assim, com essa dedicação. A qualidade existe, precisamos colocar em prática – comentou o vice de futebol Roberto Melo.
A atuação do Inter mereceu elogios até de Cuca, técnico do Palmeiras:
– É um time que não deve nada para as equipes da Série A.
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Comandado por Odair Hellmann, o Inter teve meia hora de domínio total sobre o adversário. Em cinco minutos, Nico já havia criado duas chances, uma delas frente a frente com Fernando Prass, após falha de Edu Dracena. Aos sete, Edenilson arrancou pelo meio, deu um passe por cobertura e entregou para D'Alessandro, livre, dominar, ajeitar e abrir o placar.
O Palmeiras mal via a bola, mas time com bons jogadores não pode ter espaço. Aos 17, uma desatenção da defesa colorada permitiu que Roger Guedes ficasse livre na área para empatar, mas o bandeira marcou impedimento, inexistente. Pouco depois, outro erro: a conclusão de Fabiano foi bloqueada por Léo Ortiz, com o braço aberto. Pênalti não marcado para os palmeirenses.
O Inter voltou a assustar aos 26. D'Alessandro e Edenilson tabelaram, a bola chegou a Nico, que ajeitou para Gutiérrez chutar ao lado da trave. O Palmeiras teve uma baixa ainda no primeiro tempo: Dudu sentiu lesão muscular e em seu lugar entrou Keno.
O Inter voltou com uma substituição para a etapa final: pela primeira vez em 2017, Sasha entrou em campo, no lugar de Cirino. No Palmeiras, Dracena saiu para a entrada de Thiago Santos, o que deslocou Felipe Melo para a zaga.
Mais estudado, o início da segunda etapa teve uma boa oportunidade para o Inter aos sete minutos. William cobrou escanteio, a bola cruzou a área pequena, e Sasha não alcançou por pouco. Aos 10, a atuação do Inter foi premiada com outro gol. Edenilson começou o lance e deu para D'Alessandro, que foi preciso para servir William.
O gol produziu uma reação imediata do Palmeiras, que mandou a campo o centroavante Borja na vaga de Roger Guedes. Era sinal de que iria se atirar para o ataque. O Palmeiras exigiu um milagre colorado aos 27. Keno fez jogada pelo lado esquerdo e cruzou rasteiro. Uendel e Willian dividiram, a bola bateu na trave e, no rebote, o goleiro colorado saltou e salvou o chute de Willian. A sequência do lance teve chute de Thiago Santos e bloqueio, com a perna, de Dourado.
Quando o Inter controlava o jogo e o Palmeiras só dava balão, um lance fortuito classificou o time paulista, ao melhor estilo "Cucabol". Um lançamento para a área de Jean, no tumulto, bateu na cabeça de Borja, no ombro de Thiago Santos e na perna de Danilo Silva antes de entrar. Para tentar marcar o terceiro gol, o Inter lançou Brenner no lugar de Gutiérrez. Não adiantou.
Apesar da eliminação, os quase 35 mil colorados aplaudiram o time.
– Fica uma imagem positiva para a sequência da Série B – analisou Odair.
*ZHESPORTES