Depois do tropeço em casa com o ABC, o Inter terá uma das mais longas missões na Série B: jogar em Belém. Serão mais de 8 mil quilômetros de voo fretado, entre a ida e a volta, para enfrentar o Paysandu, neste sábado, às 16h30min, no Mangueirão. A partida vale o G-4 da segunda Divisão. O Inter está em quarto, seguido pelo Paysandu. Aos 50 anos de idade, Marcelo Chamusca é o treinador do Paysandu.
Irmão mais novo de Péricles Chamusca, ele comemora a semana sem jogos, algo inédito em quase dois meses de treinos, viagens e jogos para o atual campeão paraense. Chamusca assistiu às últimas apresentações do Inter e aposta que Antônio Carlos Zago vá manter a ousadia com os três atacantes Pottker, Nico e Cirino.
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Confira os principais trechos da entrevista do técnico do Paysandu a ZH:
O que lhe pareceu Inter e ABC, um jogo que frustrou os colorados e que, ao final, houve pedidos da demissão de Zago?
Vi o jogo contra o ABC. Há aspectos interessantes. Acho que o desgaste sofrido contra o Palmeiras afetou o time no segundo tempo, e o Inter acabou cedendo espaços ao ABC, que soube aproveitá-los. O Inter criou muito, com uma proposta muito ofensiva, com volantes se infiltrando. Acho que o Inter tem um grande time e, aqui, será um jogo muito difícil. É um time com investimento de Série A jogando a Série B.
Esse aparente desgaste do Inter pode ajudar o Paysandu?
Ambos os times terão a semana inteira livre. Estamos jogando há 50 dias, às quartas a aos finais de semana, só agora paramos. A logística do Inter certamente é muito boa. Mas, aqui, é uma clima diferente, um ambiente diferente e uma atmosfera diferente. O estádio estará cheio, faz calor, estamos com mais de 30° C, choverá à tarde, porque nessa época sempre chove, e o gramado estará mais pesado. O certo é que daremos a vida aqui, pois é um jogo importantíssimo e de grande visibilidade. O Inter é uma motivação natural para o Paysandu.
Vocês espera o Inter de novo com três atacantes?
Não tenho a mínima ideia. Mas estou preparado para as duas possibilidades: com três atacantes ou do modo convencional. Mas acredito mais nesse time com três atacantes. Espero o Inter com Pottker, Nico López e Marcelo Cirino, tendo o D'Alessandro jogando atrás deles.
Você tem visto o Inter, sabe que a bola aérea é um problema sério para a zaga colorada. Pensa em explorar isso?
Sempre nos moldamos conforme as valências do adversário. Durante a semana, trabalharemos muito isso. Temos uma formação para a bola aérea, que funciona relativamente bem. Ayrton e Diogo Oliveira batem muito bem na bola. Analisamos muito o posicionamento do adversário, a fim de surpreendê-lo.
Qual o valor da folha do Paysandu?
Investimos R$ 500 mil no primeiro semestre. Agora, a folha subiu um pouco, devemos estar com pouco mais de R$ 700 mil ao mês. Não chega a R$ 800 mil, com certeza, é quase 10% da folha do Inter.
O Paysandu sonha com a Série A ou a temporada é para se manter na B?
A ideia inicial é de manutenção na Série B. Para isso, precisamos ficar sempre na primeira página (até a décima colocação). E, em estando na primeira página, sempre é prudente ficar nas cercanias do G-4. Assim, se der, tentaremos entrar entre os quatro classificados. Mas a realidade é que nosso orçamento é de manutenção na Série B.
O Paysandu venceu o Oeste na estreia e vem de um empate fora de casa com o Paraná. Um empate com o Inter é interessante?
Não jogo para empatar. Nunca. Ainda mais em casa. Se ocorrer o empate será uma consequência.
Você vem utilizando qual sistema de jogo?
Tenho alternado entre o 4-3-3 e o 4-2-3-1, mas, contra o Inter, é provável que eu não possa contar com alguns jogadores lesionados (o meia Diogo Oliveira mais os atacantes Bergson, ex-Grêmio, e o Leandro Carvalho). Assim, é possível jogarmos no 4-4-2. Nosso time é ofensivo, ainda mais com a torcida apoiando. E, contra o Inter, os ingressos que forem colocados à venda serão todos vendidos.
*ZHESPORTES
