Motivo da cobrança da reunião do departamento de futebol nesta segunda-feira, a falta de uma identidade do Inter no Brasileirão fica evidenciada na análise do time ao longo das 13 rodadas. Mais do que de não repetir jogadores – muitas vezes por lesão ou suspensão –, o técnico Argel alterou o sistema tático da equipe em pelo menos quatro oportunidades. Em duas delas, inclusive o Gre-Nal, mudou a equipe ainda no primeiro tempo. Essa inconstância foi debatida.
– Não foi uma reunião específica. Sempre discutimos e avaliamos os acontecimentos após os jogos. Certamente iremos tomar posições para modificar o momento – disse o vice-presidente de futebol, Carlos Pellegrini.
Leia mais:
Santa Cruz pontuou menos do que o Inter nas últimas rodadas
Mike passa por artroscopia e desfalca Inter por pelo menos 15 dias
Ariel é liberado para estrear pelo Inter
Segundo ele, as avaliações são "internas" e a troca de técnico está descartada.
Entre as avaliações internas está a constante mutação do time, ilustrada pela diferença entre os times da primeira e da última rodada. A equipe que começou o Brasileirão estava montada em um 4-3-3, a de domingo viveu 28 minutos com um tripé de volantes – desmanchado após o gol do Grêmio.
– Já jogamos com três volantes. Queríamos ter uma superioridade numérica no meio-campo – justificou o técnico após a derrota para o Grêmio.
Mas as lembranças do Inter com três volantes foram curtas no Brasileirão. À exceção da vitória contra o São Paulo, fora de casa, a outra partida em que a equipe saiu escalada desta forma também precisou ser mexida antes do intervalo. Contra o Sport, Ferrareis substituiu Anselmo aos 35 minutos.
A plataforma mais repetida foi, mesmo, o 4-2-3-1. Com este desenho, o Inter teve seus melhores desempenhos, diante de Santos e Atlético-MG. Mas teve atuações criticadas, como contra o Vitória.
– O problema não é plataforma tática em si. Falta a chamada inteligência coletiva. É um processo longo, de trabalho e repetição, em que as peças funcionam de forma coordenada em torno de uma ideia de futebol – explica o analista tático Gustavo Fogaça, comentarista da Rádio Gaúcha e editor do blog Esquemão.
Para ele, a seleção da Itália, e clubes como Bayern, Real Madrid, Atlético de Madrid e Barcelona são exemplos deste conceito, que supera a simples distribuição de peças em campo ou suas variações:
– Não adianta ficar trocando as posições. O importante é dar funções aos jogadores que potencializem suas características individuais. Depois disso, a partir da repetição, cria-se a inteligência coletiva.
Em busca disso, o Inter se reapresenta hoje para trabalhos em dois turnos.
Acompanhe o Inter no Colorado ZH. Baixe o aplicativo:
*ZHESPORTES