É com a confiança de quem conseguiu superar um 2015 traumático, em que permaneceu a maior parte do tempo aos cuidados do departamento médico do Inter devido a três cirurgias no tornozelo, que Eduardo Sasha enfileira uma sequência como titular de Argel.
A exemplo do que já ocorreu sob o comando de Abel Braga e de Diego Aguirre, o atacante de 24 anos é uma espécie de pulmão do time do Inter. Mais recuado, junto à linha de três meias, Sasha se destaca por defender e atacar com a mesma intensidade. A revolução do guri do Rubem Berta passou a ocorrer quando ele foi emprestado ao Goiás. Sem chances no Beira-Rio - que naquele momento via a ascensão de Lucas Lima -, ele foi para Goiânia, a pedido do técnico Enderson Moreira. Ex-treinador do Inter B, Enderson já contava com um ataque de expatriados colorados para a campanha da Série B: Iarley, Ricardo Goulart e Walter - e também havia o zagueiro Ernando, jogador da base do Goiás.
- Sasha estava em formação naquela época - conta Iarley, campeão da Libertadores e do Mundial com o Inter. - O Goiás foi muito importante para moldá-lo como jogador. Sempre teve cabeça boa e se mostrou disciplinado taticamente. Ele evoluiu naquela Série B e começou a se tornar o Sasha que vemos hoje - diz Iarley.
O Goiás se sagrou campeão da Série B em 2012. Sasha se firmou na equipe e permaneceu para a temporada seguinte. Luís Fernando Rosa Flores, ex-meia do Inter, já era o auxiliar de Enderson Moreira quando Sasha se apresentou em Goiânia.
- Sasha me chamou a atenção porque vinha de um clube grande e porque, mesmo sob a desconfiança inicial, sempre demonstrou muita personalidade - recorda Luís Fernando. - Ele apanhava muito dos marcadores, ams jamais desistia de um lance. No final do ano, Sasha já era peça fundamental no time, jogando pela direita, tendo Walter centralizado e Goulart, na esquerda - acrescenta.
A importância de Sasha para o Inter foi logo percebida por Argel. O novo treinador manteve o camisa 9 como o principal articulador do meio-campo. Compunha com D'Alessandro e com Valdívia a tarefa de municiar o ataque. Como para Nilmar, na disputa da Copa Libertadores, principal desafio no início do ano, as atuações resultavam em alta competência, a função foi mantida quando o centroavante foi vendido para o Al-Nasr, de Dubai. Desta vez, era Lisandro López que recebia suas assistências. Tudo foi interrompido a partir da intervenção para a correção de uma lesão óssea no pé direito. Antes, já havia marcado oito gols nas 34 partidas que disputou na temporada.
- Sasha sempre foi um jogador versátil, é um cara de arremate, de lances simples, mas de muita eficácia. Nunca foi de dar show, mas sempre foi um jogador extremamente eficiente. Sempre valorizamos isso nele, nos tempos de base. Agora, Sasha amadureceu e está mostrando tudo aquilo que se via no time sub-20 e no Inter B - destaca Osmar Loss, treinador de Sasha nas categorias de base do Inter e treinador do sub-20 do Corinthians desde 2013.
Para Loss, Sasha deverá superar com folga a meta autoimposta de 20 gols no ano (já marcou cinco em 2016):
- Ele ataca muito bem a bola, não tem uma grande estatura (tem 1m73cm de altura), mas até de cabeça ele faz muitos gols. É um misto de coragem e de boa impulsão.
No Inter de Argel, Sasha tem a chance de afirmar como a liderança técnica de um time que ainda busca identidade.
* ZH ESPORTES