Uma das polêmicas após a entrevista de Renato Portaluppi após o empate entre Cruzeiro e Grêmio foi sua resposta sobre a avaliação de seu trabalho e se renovaria seu contrato, caso estivesse no lugar da direção do clube. Na manhã desta quinta (28), o técnico divulgou uma nota sobre o episódio e negou a intenção de fazer ameaças.
"Não ameacei ninguém. Sou contra qualquer tipo de violência, mas é preciso trabalhar com respeito", destacou o técnico em nota oficial.
Um trecho da entrevista de quarta (27) gerou repercussão por conta da referência aos familiares dos profissionais de imprensa.
— Eu sou muito bom, não sou pouco não, eu sou bom demais. Eu sei da minha capacidade. Um dia eu vou embora. Quando se conquista alguma coisa aqui, é bom para caramba. Então eu desaprendi? Os problemas que o clube passou ano aqui? Dane-se, não houve nada. Mais uma vez, estou sendo educado. Se continuarem mentindo, eu vou dar os nomes aos bois. Eu vou atacar. Vou chamar de mentiroso. Vou chamar de covardes, que estão se aproveitando da situação do Grêmio. Vocês também têm família, vocês têm filhos no colégio, vocês também andam por aí. E o torcedor conhece alguns de vocês. Vocês querem que a gente passe por dificuldades? Alguns de vocês vão começar a passar também. Eu não tenho medo de ninguém da imprensa — disse o técnico após o empate com o Cruzeiro.
Renato entrou em contato após a entrevista com o repórter Rodrigo Oliveira, da Rádio Gaúcha, e disse que não teve a intenção de intimidar nenhum jornalista com a manifestação ao responder o questionamento.
O técnico também esclareceu que a referência feita na fala "vocês também têm família, vocês também têm filhos no colégio, vocês também andam por aí. E o torcedor conhece alguns de vocês. Vocês querem que a gente passe por dificuldades, alguns de vocês vão começar a passar também" é que os jornalistas também podem passar pelo que acontece com os jogadores.
Renato afirmou que, se for questionado sobre a manifestação no próximo domingo, ele irá explicar novamente o que quis dizer ao fim do jogo com o Cruzeiro. Mas que não irá incitar a torcida a intimidar ou agredir ninguém.
Veja a nota de Renato na íntegra
Não sou de fazer ameaças. Sou contra qualquer ato de violência e quem me conhece sabe muito bem disso. Então, vou tentar explicar o que eu quis dizer ontem (quarta-feira). O que vemos cada vez mais no futebol é a total falta de respeito por parte, principalmente, de jornalistas identificados. O jogador tal é um lixo, não pode vestir a camisa desse ou daquele time. Esse jogador é uma m... Esse treinador tem de ser demitido. Entre muitas outras ofensas que são feitas todos os dias. Será que é fácil para os filhos dos jogadores, para as famílias dos jogadores, ouvir esse tipo de coisa? Como será que é a vida dos filhos dos jogadores, dirigentes, treinadores, quando esse tipo de coisa acontece? Ou será que do lado de cá ninguém tem família? O que aconteceria se durante uma entrevista um profissional do futebol respondesse assim: "Acho que seu chefe deveria mandar você embora. Sua pergunta é muito ruim". "Como a sua emissora tem coragem de ter você como profissional?" Como sua família se sentiria? Como seus filhos ficariam na escola? Foi isso que eu quis dizer. Repito. Não ameacei ninguém. Sou contra qualquer tipo de violência, mas é preciso trabalhar com respeito.