Uma semana após o processo contra o auxiliar técnico do Grêmio, Alexandre Mendes, por alegada violência doméstica ter sido arquivado, a suposta vítima conseguiu uma nova medida protetiva. A ordem judicial foi concedida em Santa Maria. Ela mora na região sul do RS.
O profissional do Grêmio é acusado de agredir física e psicologicamente a ex-companheira, com quem teria mantido relação até meados de 2024. Com a medida protetiva, Mendes está proibido de se aproximar ou entrar em contato com a mulher, inclusive por telefone e internet (e-mail, redes sociais etc.), mantendo uma distância mínima de 300m, sob pena de ser decretada prisão preventiva.
Ela também não poderá se aproximar dele, da sua residência e do seu local de trabalho, ficando vedado qualquer tipo de contato com ele, inclusive por telefone e meios eletrônicos, sob pena de perda da medida de proteção.
O advogado dela, Ricardo de Lara, informa que assumiu o processo na quarta-feira (16) e está em Porto Alegre "para acompanhar o que houve no inquérito e o porquê fora arquivado, se houve alguma interferência que necessite ser encaminhado à corregedoria de alguma instituição".
A defesa de Alexandre Mendes, através do advogado Sérgio Felício Queiroz, afirma que "a denúncia procedida pela suposta vítima em Santa Maria é caluniosa e idêntica à denúncia que ela fez em Porto Alegre; cujas medidas protetivas foram revogadas e o relatório conclusivo da autoridade policial foi pelo não indiciamento do cliente. A suposta vítima é reincidente em denúncia caluniosa com base na Lei Maria da Penha, já tendo sido condenada por mentir e fazer com que o próprio irmão fosse preso por 21 dias. As devidas reparações judiciais contra a suposta vítima serão objeto de ações judiciais próprias".
Entenda o caso
Alexandre Mendes, 60 anos, foi investigado em um inquérito na 2ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Porto Alegre. O profissional, que trabalha com Renato Portaluppi no Grêmio, foi afastado pelo clube em 17 de setembro sob a alegação de "motivos particulares".
A suposta vítima publicou fotos nas redes sociais nas quais mostra o que seriam sinais de agressões no seio esquerdo, na nádega esquerda e no braço direito, além de um vídeo de um papel sujo do que seria sangue. Também nos stories do Instagram, fixado nos destaques do perfil, foi postado um áudio em que ouvem-se os gritos "eu não aguento mais, socorro", de forma repetida. Todas as acusações foram negadas por Mendes.
No BO, a suposta vítima disse ter sofrido agressão física e psicológica e que Alexandre Mendes era seu companheiro. Pelo relato, o fato teria ocorrido em 2 de agosto. O comunicado à polícia ocorreu em 26 de agosto deste ano. Após o registro da ocorrência, as medidas protetivas foram concedidas.
As medidas protetivas que envolveram o auxiliar técnico do Grêmio estavam baseadas na alegação de violência psicológica. A polícia apontou que a mulher não apresentava marcas visíveis no corpo quando fez o BO.
O Ministério Público (MP) recomendou o arquivamento do processo contra Alexandre Mendes em 9 de outubro. O 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar de Porto Alegre optou pela revogação das medidas protetivas a favor da mulher.
A manifestação do MP soma-se ao relatório da 2ª Deam da Capital, que decidiu pelo não indiciamento de Mendes por conta da falta de provas conclusivas.