- Saiba por que não é possível antecipar a reabertura da Arena;
- Confira o posicionamento da Brigada Militar sobre a segurança no entorno;
- Depósitos de lixo na região preocupam clube e a gestora do estádio;
- O que a EPTC diz sobre as condições de acesso.
Foi confirmado nesta sexta-feira (9) que o Grêmio voltará jogar na Arena em 1º de setembro, quando a equipe tricolor enfrenta o Atlético-MG pelo Brasileirão. A nota lançada pelo clube e pela Arena Porto-Alegrense afirma que a falta de condições adequados do gramado impede o retorno em 17 de agosto, como era esperado.
Contudo, pendências relativas à segurança, principalmente no entorno do estádio, acendem alertas na Brigada Militar e dentro do próprio Grêmio.
Nos bastidores do Tricolor, há insatisfação com a atenção dada pelo poder público ao bairro Humaitá, severamente atingido pela cheia do Guaíba. O maior receio é com relação à limpeza das ruas, ainda com focos de resíduos oriundos da enchente de maio. A Brigada Militar identifica que os entulhos representam riscos à segurança e podem ser utilizados em eventuais brigas.
"Se a Arena providenciar a iluminação e a prefeitura remover os entulhos, a Brigada fará o seu possível"
DOUGLAS SOARES
Subcomandante da Brigada Militar
De acordo com o subcomandante geral da Brigada Militar, o coronel Douglas da Rosa Soares, o órgão já apresentou as suas exigências para a liberação dos jogos. Entre elas, estão a remoção dos entulhos, o estabelecimento de um mínimo de iluminação dentro do estádio e a definição de uma área de estacionamento para os ônibus das torcidas organizadas. Prefeitura e Arena Porto-Alegre, respectivamente, prometeram atender os pedidos até o dia do duelo contra o Galo.
Soares pondera que, mesmo que a partida seja realizada à luz do dia, é preciso ter iluminação em corredores e demais acessos internos da Arena. Sobre o lixo, policiais irão fiscalizar o entorno nas próximas semanas para averiguar se a promessa da prefeitura foi cumprida. A quantidade de público liberado para a partida dependerá desses quesitos.
— Se a Arena providenciar a iluminação e a prefeitura remover os entulhos, a Brigada fará o seu possível — afirma o subcomandante.
A enchente danificou a estrutura elétrica da Arena. Os equipamentos para restabelecer o abastecimento de energia foram adquiridos e começaram a ser instalados. Enquanto a subestação não retomar a normalidade, são utilizados geradores, que não têm condições de suportar a operação integral da Arena, apenas em parte dela.
Representantes do Grêmio, da Arena Porto-Alegrense, do Ministério Público, da Prefeitura e da Brigada Militar se reuniram na última terça-feira (6), conforme Soares, para tratar do assunto. Novas encontros devem ocorrer até setembro. A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) acompanha as discussões.
O que diz a prefeitura de Porto Alegre
Limpeza
Procurado por Zero Hora, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) informa a "operação de remoção de entulhos nas vias foi realizada" e que "o que ocorre são repasses de limpeza, visto que a população segue descartando resíduos".
A Avenida Voluntários da Pátria, uma das principais de acesso à Arena, tem diversos pontos dos chamados "Bota-Espera", nos quais os moradores depositam o lixo e, posteriormente, o material é recolhido e levado para aterros. O DMLU informa "vários" desses locais, que passaram a ser organizados logo após a enchente, são limpos periodicamente ou estão em vias de terem as atividades encerradas.
Além disso, o departamento garante que esses terrenos, onde ficam os entulhos, são monitorados por equipes de fiscalização para que ninguém os acesse. "No entorno da Arena, estão sendo fechados também, para maior segurança", acrescenta o DMLU.
Mobilidade
Segundo o DMLU, não há entulhos que prejudiquem a mobilidade nas principais ruas e avenidas de acesso ao estádio. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) prevê operação semelhante ao que ocorria antes da enchente.
"Em relação ao retorno dos jogos na Arena a Empresa Publica de Transporte e Circulação (EPTC) prevê uma operação nos mesmos moldes da que vinha realizando antes da enchente, tendo em vista que as vias de acesso ao estádio já estão liberadas e que a previsão é de um público reduzido", explica, em nota enviada à Zero Hora.
O impasse do gramado
O comunicado do Grêmio e da Arena Porto-Alegre explica que o motivo para os jogos não retornarem em 17 de agosto, como era esperado, é a condição do gramado.
"Durante os testes, conduzidos sob o protocolo da Fifa e acompanhados pelos representantes do Grêmio, foram coletadas amostras em 19 pontos diferentes do gramado. Infelizmente, mais de 80% dessas amostras não atingiram o limite mínimo de tração necessário para a prática segura do futebol. Diante disso, e priorizando a segurança dos atletas e a preservação do gramado, decidiu-se manter a data de retorno inicialmente prevista, ainda com utilização parcial da estrutura, para 1º de setembro", diz o texto.
Veja a nota completa abaixo
"A Arena do Grêmio confirmou na tarde desta sexta-feira que o Grêmio voltará a jogar no estádio no dia 1º de setembro, no confronto contra o Atlético-MG. Apesar dos esforços para antecipar o retorno para 17 de agosto, não foi possível atender todos os requisitos técnicos, principalmente os referentes aos testes no gramado. A decisão final foi baseada nos resultados desses testes, realizados nesta semana.
Durante os testes, conduzidos sob o protocolo da Fifa e acompanhados pelos representantes do Grêmio, foram coletadas amostras em 19 pontos diferentes do gramado. Infelizmente, mais de 80% dessas amostras não atingiram o limite mínimo de tração necessário para a prática segura do futebol. Diante disso, e priorizando a segurança dos atletas e a preservação do gramado, decidiu-se manter a data de retorno inicialmente prevista, ainda com utilização parcial da estrutura, para 1º de setembro.
O tratamento intensivo do gramado continuará, com o objetivo de entregar o campo em condições para a partida diante da equipe mineira pelo Campeonato Brasileiro."