Jogo após jogo, Renato Portaluppi precisa conviver com os questionamentos sobre João Pedro Galvão. O treinador voltou a colocar o centroavante em campo nesta quinta-feira (4), diante do Palmeiras, e por coincidência ou azar, o adversário empatou a partida nos três minutos seguintes. Para piorar, o atleta nada conseguiu contribuir para que o Grêmio vencesse a partida — que chegou a estar ganhando por 2 a 0.
João Pedro Galão, o JP, chegou para "reforçar" o Tricolor em agosto do ano passado. A ingrata tarefa era ser o substituto imediato de Luis Suárez. De lá para cá, o atleta de 32 anos, emprestado pelo Fenerbache, da Turquia, participou de 45 jogos. Foram somente três gols. Todos pelo Gauchão deste ano, contra São José, Novo Hamburgo e Santa Cruz.
O contrato de JP Galvão com o Grêmio se encerra no final deste mês. Na entrevista coletiva, no Estádio Centenário, em Caxias do Sul, após o duelo com o Palmeiras, Renato admitiu que não resta alternativa ao centroavante que não deixar o clube gaúcho.
— Quando vocês (imprensa) tiram com um jogador, ele tem que ir embora do clube. Infelizmente, é isso que vai ter que acontecer com o Galvão. Vai fazer o quê? Não adianta. Quando vocês cismam com um jogador, se o jogador não rende, não adianta. Já tive problemas com outros jogadores aqui, justamente por isso. Faz parte. Vai fazer o quê? É a vida. Quando o jogador não dá certo no clube, tem que seguir seu caminho — avaliou.
Antes de colocar na imprensa parte da culpa pela relação difícil de JP Galvão com a torcida, o treinador tentou explicar o porquê optou por colocá-lo em campo ao invés de buscar outra alternativa, como Nathan Fernandes, que só entrou aos 35 minutos, oito depois de JP. As alterações fizeram com que Renato fosse chamado de "burro" no término do confronto.
— Eu coloquei um atacante, de área, que é o Galvão, para ele segurar, brigar com os zagueiros lá na frente, prender, segurar a bola. Coloquei três zagueiros justamente para não ter perigo da bola aérea. Infelizmente, nós tomamos dois gols. Aí eu tiro o Franco (Cristaldo), você quer que eu colocasse quem? Eu estou em um esquema diferente, que eu nem tive muito tempo para treinar e está dando certo. Eu preciso segurar a bola lá na frente. Eu tinha velocidade com o Galdino e o Gustavinho. Eu precisava de um atacante para brigar. Eles estavam com três zagueiros praticamente. Vou botar quem? Um garoto para brigar com os zagueiros deles? — rebateu.
Depois da lesão de Diego Costa, em 8 de junho, contra o Estudiantes, JP Galvão foi titular em quatro partidas: três derrotas e um empate do Grêmio, contra Flamengo, Botafogo, Fortaleza e Atlético-GO. Na derrota no clássico Gre-Nal, estava no banco e entrou a sete minutos do final. Na vitória sobre o Fluminense, não foi utilizado porque o técnico passou a utilizar uma formação sem centroavante de origem, com Edenilson no meio-campo, Cristaldo à frente e Pavon e Gustavo Nunes, dois atacantes de velocidade.