O Grêmio venceu o Juventude por 3 a 1, na Arena, e confirmou o heptacampeonato gaúcho. O jogo foi de dificuldades para o Tricolor com o time da Serra abrindo o placar logo aos 4 minutos, mas a virada veio para coroar as ideias de futebol de Renato Portaluppi.
O Desenho Tático de GZH analisa como o Grêmio conquistou o título na decisão deste sábado (6).
Como começaram
Renato contou com as voltas de Geromel e Mayk para reforçar o sistema defensivo do Grêmio para o jogo deste sábado. No Juventude, Roger Machado repetiu a escalação da ida, contando com Edson Carioca, que havia saído no primeiro tempo no Jaconi com dores musculares.
O Grêmio repetiu a marcação alta que havia feito no Jaconi. Mas o Juventude encontrou solução logo aos 4 minutos com o extrema Lucas Barbosa recuando para receber a bola dos zagueiros. Com liberdade, ele iniciou uma jogada que contou com erro do Grêmio na transição defensiva. Foi Lucas Barbosa quem apareceu na área para dar a assistência para Gilberto no 1 a 0.
Salvo um erro de Mayk na tentativa de um passe para Geromel, o Grêmio reagiu bem ao gol. O Tricolor conseguiu ocupar o campo de ataque. Atrás no marcador, Renato Portaluppi liberou os laterais para avançar ao mesmo tempo. Na esquerda, Gustavo Nunes se aproximou de Diego Costa por dentro oferecendo o corredor para Mayk. Com esse movimento dos laterais, cabia a Pepê e Villasanti o auxílio a Geromel e Kannemann na saída de bola.
Apesar da superioridade, o Grêmio havia finalizado apenas duas vezes no alvo antes do gol de empate marcado por Cristaldo. Mas o gol diz muito sobre as ideias de jogo de Renato Portaluppi e de suas orientações aos atletas. O treinador ao longo de 2023 ressaltou em vários momentos a necessidade de contar com pontas para superar adversários fechados. E foi em uma jogada individual de Pavon, que saiu o gol marcado por Cristaldo, um meia pisando na área, como pede o treinador.
O detalhe tático no lance é a presença de Gustavo Nunes na área causando dúvida na marcação de João Lucas. Gustavo Nunes mais próximo da área foi uma medida tática de Renato na final.
O Juventude nem teve tempo para reagir. Logo na saída de bola, o Grêmio adiantou a marcação e Pepê desarmou Jadson na jogada que terminou com Diego Costa recebendo passe de peito de Cristaldo para virar o marcador. Pepê, um jogador bancado por Renato mesmo nos momentos ruins, participou dos dois gols, pois no primeiro havia dado o lançamento para Pavon na ponta direita.
Mudança de estratégia no segundo tempo
O primeiro tempo terminou com o Grêmio 54% de posse de bola e jogado a maior parte dentro do campo do Juventude. Pois com a vantagem, Renato Portaluppi optou por recuar um pouco seu time dando mais a bola para o Juventude – que teve 58,1% de posse na etapa final.
Marcando em seu campo, o Grêmio fez o Juventude jogar de uma forma que teve dificuldade ao longo do Gauchão, a de propor diante de um adversário fechado. Assim, o Tricolor também teve espaço para os contra-ataques.
Aos 25 minutos, Renato repetiu as trocas feitas no Jaconi com Du Queiroz e Dodi nos lugares de Pepê e Cristaldo. Mais marcador no meio-campo, o Grêmio manteve sua defesa protegida na reta final do jogo. Nathan Fernandes e Soteldo foram mudanças para ganhar fôlego novo para o contra-ataque. O gol que confirmou o título veio após um pivô de Diego Costa, que serviu o garoto Nathan Fernandes.
O Grêmio foi instável no começo do Gauchão e Renato sofreu cobranças para mudar sua forma de jogar. O treinador, no entanto, insistiu em pedir reforços que permitissem jogar no seu sistema tático preferido, o 4-2-3-1, com pontas pelos lados, um volante criativo como Pepê ao lado de Villasanti e um meia entrando na área como fez Cristaldo.
Diego Costa fez o papel do centroavante não apenas com gols, mas de opção para as jogadas longas, pivôs e ganhos de primeira bola. O Grêmio heptacampeão tem os conceitos táticos de Renato Portaluppi.