Um dos mistérios deste início de 2024 no Grêmio atende pelo nome de Franco Cristaldo. Após terminar 2023 com excelentes números, 11 gols e 12 assistências em 54 jogos, o meia argentino recebeu a camisa 10 como um gesto de confiança.
Um reconhecimento da direção e da comissão ao status de referência técnica do jogador junto aos companheiros. Mas o início do Gauchão do meia não empolgou. Uma queda de rendimento que o tirou do time titular para o Gre-Nal e que ligou o sinal de alerta na Arena.
Segundo o levantamento feito pela Central de Esportes de GZH, o argentino é o maior investimento feito na história do Grêmio. O Tricolor pagou cerca de R$ 24 milhões ao Huracán pelo jogador de 28 anos. Um valor que indica o tamanho da confiança da direção em ter o camisa 10 como protagonista do time.
O problema é que mesmo com boas estatísticas de participações em gols, o rendimento em campo preocupa. Desde o ano passado, começaram a aparecer alguns sinais de queda.
O jogador era uma troca certa durante as partidas. Dos 54 jogos no ano, só fez os 90 minutos em duas oportunidades. Uma no Gauchão e outra na 34ª rodada do Brasileirão, na derrota por 1 a 0 para o Corinthians, na Arena. Uma situação que ficou mais evidente em 2024. Dos nove duelos em que atuou, começou como titular em oito e foi substituído em todas.
— No momento em que as coisas não acontecem, preciso mudar o panorama da partida, alguém precisa sair. Não podia voltar com o mesmo time empatando com o Santa Cruz. Precisávamos da vitória, de mais agilidade, posse de bola, entrega, marcação e chegada — explicou o técnico Renato Portaluppi após sacar Cristaldo no intervalo da goleada por 6 a 2 sobre o Santa Cruz, na Arena.
Edinho Rosa, que comandou o Novo Hamburgo nos Gauchões deste ano e da temporada passada, vê o jogador atuando de forma diferente do que foi seu posicionamento em 2023.
— A gente enfrentou o Grêmio no ano passado justamente na partida em que o Renato utilizou o esquema com os três meias, com Bitello, Cristaldo e Vina. Ele jogou um pouco mais centralizado, por dentro. O que reparei de diferente neste ano foi ver ele encostando mais nos lados do campo. Não acredito que seja o que ele faz de melhor. Acredito que ele era mais participava no ano passado — explicou Edinho.
A avaliação no clube é de que o argentino se desgasta fisicamente pela função que cumpre. Além de organizar a equipe, também existem papéis defensivos a cumprir dentro da estrutura montada por Renato. A questão tática é outro sintoma identificado como ponto em que o meia precisa evoluir.
Ex-camisa 10 do Grêmio, Tcheco entende que Cristaldo é um jogador raro no futebol brasileiro.
— A primeira responsabilidade é armar a equipe. Depois entram as outras funções, que são secundárias. É aí que precisa fazer o necessário para se encaixar da melhor forma possível — comentou.
Com a expectativa de ter Cristaldo novamente em alta, o Grêmio se prepara para o início da fase de matas do Gauchão. O próximo compromisso será neste domingo, às 18h30min, contra o Brasil-Pel na Arena.