O ex-vice-presidente de futebol do Grêmio Paulo Caleffi revelou mais detalhes sobre o dilema que terminou com a antecipação do fim do contrato de Luis Suárez de dezembro de 2024 para dezembro de 2023. Em 4 de junho, o jogador comunicou que queria rescindir de imediato, alegando dores no joelho direito.
Repetiu o pedido para Caleffi dias depois. Diante da situação, o ex-dirigente propôs que o uruguaio assinasse um documento dizendo que se aposentaria. Após mais um mês de conversas, reuniões e negociações com a direção gremista, o artilheiro definiu que ficaria até o final do Brasileirão. Nesta data, 26 de julho, Caleffi já não era mais vice de futebol.
Na semana passada, em entrevista exclusiva a GZH, Renato confirmou que, em junho, o jogador cogitou parar de jogar. Na mesma época, surgiram rumores sobre o convite de Messi para Suárez jogar ao lado dele no Inter Miami. Nesta quarta-feira (13), à Rádio Gaúcha, Caleffi reforçou a sua posição externada na entrevista coletiva de 22 de junho, quando disse que o atacante uruguaio não se aposentaria:
- Quero deixar claro o máximo respeito pelo trabalho feito na reportagem. Sei quem transmitiu a informação. A informação que vocês obtiveram foi concreta. O trabalho não foi equivocado, mas a informação era equivocada. Se estivesse no lugar de vocês, teria feito o mesmo procedimento.
Segundo o ex-dirigente, a situação teve início após o jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Cruzeiro, no dia 31 de maio. Após o jantar da delegação, o jogador o procurou para conversar e afirmou que "estava sentindo o peso do calendário do futebol brasileiro".
- Ele me relatou que estava sentindo o peso do calendário do futebol brasileiro e uma certa dificuldade em virtude do joelho dele, pelo volume muito alto de jogos e que isso estava repercutindo no ambiente familiar, pois tinha que fazer o uso de medicações que o deixavam prostrado no dia seguinte a cada partida - afirmou.
Caleffi afirma que Suárez avisou após a partida contra o São Paulo, realizada no dia 4 de junho, que seu advogado (Iván Zaldua) entraria em contato para transmitir a ideia de saída imediata.
- Quando vem de maneira mais contundente a possibilidade de rescisão de contrato, transmito ao Iván a seguinte situação: "Me encaminhe uma solicitação de rescisão dizendo que o Luis Suárez vai se aposentar". Esta expressão que eu sempre fui categórico em dizer que nunca existiu, é porque quem trouxe ela para o cenário da negociação fui eu. Fiz isso porque era a proteção contratual do Grêmio. O que ele me transmitiu é que precisava de um tempo, não falou em abandonar o futebol, e não abandonou. Pedi para ser encaminhado esse documento. Se o Suárez assinasse dizendo que iria se aposentar e voltasse a jogar em outro clube em menos de 30 meses, teria que pagar a cláusula rescisória (cerca de 70 milhões de euros) - completou.
Após a publicação da matéria de GZH em 20 de junho, sobre a cogitação da aposentadoria, o caso seguiu repercutindo por quase 40 dias e passou a ser tratado como "novela mexicana" pelo técnico Renato.
Foi o treinador, antes da partida entre Grêmio e Flamengo, pelo jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil, no dia 26 de julho, quem fez o anúncio de que Suárez permaneceria até o fim do ano.