No espaço de uma semana, o cenário duvidoso da continuidade de Renato e das pretensões do Grêmio na reta final do Brasileirão girou 180 graus e agora aponta para um clima de otimismo nos sete jogos restantes. Na terceira posição, o Tricolor caminha para se assegurar no G-4 e confirmar uma vaga na fase de grupos da Libertadores do próximo ano. Além disso, mesmo que a distância para o Botafogo seja de seis pontos, com os cariocas ainda tendo uma partida a mais que a equipe gremista para disputar, e exista um Palmeiras no caminho, o título da competição teve a esperança renovada.
Conforme o técnico Renato Portaluppi, as oscilações da equipe em rodadas anteriores são consideradas normais em um campeonato de pontos corridos e uma temporada de muitas partidas. Entretanto, ele fez questão de salientar que o elenco jamais desistiria dos objetivos dentro da competição. Após a vitória sobre o Coritiba, sobrou até uma corneta para o Inter — que perdeu para o Coxa e empatou com o América-MG.
— Nós não vamos nos entregar, independente do esquema de jogo. O Grêmio, nessas horas, cresce muito de produção. Nos últimos três jogos, achavam que era obrigação ganhar, mas nossa obrigação é correr e nos entregar. Fizemos nosso papel e fizemos seis pontos contra os dois últimos, tem gente que ganhou um. Eu sei que o título é muito difícil, mas nós vamos correr atrás enquanto houver possibilidade. E se manter no G-4, para colocar o clube na Libertadores do ano que vem.
Questionado sobre a chance de alcançar o Botafogo, Renato explicou:
— É difícil? Sim. O Botafogo tem uma grande equipe e uma grande gordura. Mas temos um confronto direto e torcer por tropeços. O Grêmio está na parte de cima da tabela desde o início, e não é por acaso. É por trabalho.
Conforme o vice de futebol, Antônio Brum, a reação gremista é um reflexo de um pacto feito pela diretoria, comissão técnica e jogadores após a goleada sofrida para o São Paulo, no Morumbi. A meta é classificar o Grêmio para a Libertadores.
— Combinamos que, nos jogos que restavam, iríamos devolver o Grêmio para a Libertadores. E esse era o pacto que estamos cumprindo. Foi feito diferente de terra arrasada, de perder a convicção nos jogadores que contratamos. Mantivemos a cabeça no lugar, o Renato fez a parte dele e o grupo reagiu — destacou Brum.
Em Coritiba, Renato teve os retornos de Geromel e Kannemann, porém optou por permanecer com Bruno Alves, formando o time com três zagueiros. No setor ofensivo, Galdino e Cristaldo atuaram como meias-atacantes por trás do centroavante Luis Suárez.
A escalação, porém, enfrentou problemas durante o jogo em razão das lesões de Pepê e Geromel, que dificilmente terão condições de estar em campo diante do Bahia, na Arena, no próximo sábado (4), às 19h30min. Porém, um ponto positivo foi a entrada de Carballo, que iniciou a jogada que passou por Suárez e terminou com Ferreira fazendo o gol da vitória. Na defesa, como aconteceu no Couto Pereira, Bruno Uvini deve ser o escolhido.
— Eu estou revezando muita equipe, pois estamos jogando a cada três dias. Mas não adianta ficar aqui querendo tapar o sol com a peneira. O Pepê sentiu, provavelmente vai estar fora dos próximos três jogos. Vamos tentar recuperá-lo para tentar contar com ele depois da data Fifa — destacou Renato.
Depois do Bahia, o Grêmio terá um confronto com o Botafogo, no Rio de Janeiro, quando poderá ter a oportunidade de reduzir a diferença para os cariocas, que ocupam a liderança. Em casa, além do Bahia, o Tricolor ainda enfrentará Corinthians, Goiás e Vasco, enquanto será visitante contra Atlético-MG e Fluminense.