A busca no Grêmio por soluções para as oscilações do time nos últimos jogos passa por entender o que acontece com Bitello. Melhor jogador do clube em 2022 e protagonista da equipe nos melhores momentos deste ano, o meio-campista de 23 anos é um dos nomes que teve uma queda de rendimento importante nas últimas semanas.
Nos bastidores, direção e comissão técnica tentam entender o que está causando essas más atuações. O clube tenta identificar se é uma questão individual, consequência do desajuste coletivo do time ou se os problemas se devem à perda de foco por conta do interesse de clubes do Exterior.
Promovido da base direto para atuar como volante titular no ano passado, Bitello começou nesta temporada em nova posição. Renato Portaluppi decidiu que o jogador precisava estar mais perto do gol adversário. Aproveitando a vocação ofensiva do jogador, o técnico passou a escalar o jovem como meia central e também aberto pelo lado direito.
O rendimento no Brasileirão, no entanto, representa essa oscilação. Jogador que mais atuou pelo Grêmio na competição, com 16 partidas, o meio-campista lidera a equipe no número de passes certos (547) e errados (94). Também é quem mais perdeu a posse de bola (81 vezes).
Ofensivamente, está atrás de Suárez, Cristaldo e Villasanti na relação de quem mais acertou o gol dos adversário. E, nas questões defensivas, fica atrás de Kannemann e Cristaldo na lista de desarmes.
Além das questões do campo, há um entendimento no clube de que Bitello também está focado na possibilidade de sair do Grêmio. Após a partida contra o Coritiba, sua última atuação de bom nível, o meia falou abertamente sobre o interesse de um clube do Exterior. Desde então, são oito partidas sem contribuições ofensivas significativas do meio-campista. Em entrevista, o jogador falou sobre interesse do Monaco, da França, uma oferta que o Grêmio afirma não ter recebido.
— Tenho contrato aqui. Se estivesse com a cabeça lá fora, já teria dado uma caída. Mas estou feliz e minha cabeça está no Grêmio. Estamos fazendo um belíssimo campeonato — disse o meio-campista.
A única proposta oficial que chegou ao clube foi do Dynamo, de Moscou. Os russos ofereceram cerca de 6 milhões de euros, com o pagamento em três parcelas. A oferta foi recusada. O Grêmio entende que o valor aceitável por Bitello partiria de 10 milhões de euros. O clube tem 70% dos direitos econômicos do jogador. O Cascavel detém os outros 30%.
Essa questão da venda é algo que é tratado internamente como uma das explicações para uma possível perda de foco do jogador no clube. O meia, inclusive, trocou de empresário. Sua carreira era agenciada por Marcelo Karan e, agora, Maickel Portela é quem cuida do futuro do atleta.
— Teve essa questão do siso (atleta retirou o dente) e até alguns dias atrás não tinha nem recuperado o peso de antes do procedimento. É uma série de circunstâncias. Não teve perda de foco. Tudo que está sendo analisado de conversas é feito com ele junto da direção. Ele sabe que até agora não chegou nada que seja bom para ele ou para o Grêmio — afirmou o agente a GZH.
O posicionamento tático de Bitello também é apontado como uma das possíveis causas da oscilação. Acostumado a jogar como volante pelo lado esquerdo, o jogador passou a ser escalado como meia pelo lado direito neste ano. Uma mudança, em meio a uma série de outras alterações no time, e que dificultaria a ter um melhor entrosamento coletivo.
