O Grêmio terminou o domingo com mais dúvidas do que quando entrou em campo para enfrentar o Bragantino. O gosto amargo deixado pelo empate em 3 a 3, cedido nos acréscimos após a equipe buscar a virada no segundo tempo, poderia ser ainda pior. Na tabela, os dois pontos desperdiçados fizeram o time ficar na sétima posição.
— Poderíamos e merecíamos ter perdido. Nosso adversário foi melhor. Tivemos poucos bons momentos. Era injusto o placar, mas futebol é bola na rede. Por isso o gosto amargo, porque estávamos na frente. Por um erro coletivo infantil, perdemos dois pontos — lamentou Renato Portaluppi.
O time paulista exerceu um domínio poucas vezes visto por um visitante na Arena. O controle dos paulistas nos primeiros 45 minutos só foi quebrado após as mexidas de Renato no intervalo, com as entradas de Zinho e Galdino, e deixa em xeque a manutenção do esquema com os três meias para a partida de quarta-feira (10), contra o Palmeiras.
O técnico deixou claro a cobrança pela contratação de mais "dois ou três" atacantes na próxima janela de transferências.
Talvez ainda irritado pelas dificuldades do Grêmio, Renato escancarou o recado para a direção. Disse que o clube não terá condições de ganhar títulos sem a chegada de reforços.
— Precisamos da força total. No meio do ano, é preciso trazer dois ou três jogadores do nível do Grêmio. Entendemos a parte financeira. Nosso torcedor merece que a gente brigue por alguma coisa. E, para isso, temos que gastar, não adianta. Se gastar, vamos brigar. Sem gastar, não exijam que o Grêmio seja campeão. Não vamos iludir os torcedores. Se tivermos esses jogadores, pensaremos grande. Estou dando minha palavra de que o Grêmio não ganhará — alertou.
A perspectiva de contar com reforços antes da viagem a São Paulo não se confirmou. Reinaldo ficou todo o jogo no banco de reservas. Pepê, que era tratado como o retorno mais esperado, não teve condições físicas nem de ficar como opção. O volante foi com a delegação até a Arena, mas relatou ter sentido a "perna pesada" e foi cortado da lista de relacionados.
Por conta do gramado sintético do estádio palmeirense, a tendência é de que o departamento médico não libere novidades para a comissão técnica.
— O Reinaldo estamos tratando. Está parado tem quase 30 dias. O Pepê treinou, mas ontem (sábado, 6) disse que estava sem confiança. Ele ainda sente um pouco a lesão. Não é fácil depender dos garotos. Falta a experiência, que é algo que alguma vezes pecamos — disse o técnico.
O que pode ser alterado para o jogo contra o Palmeiras é o sistema tático. A formação com os três meias, na avaliação de Renato, deixa um ponto a ser explorado pelos adversário: a falta de velocidade. O técnico explicou que Vina, especialmente, sofre para realizar as funções de marcação. E o time acaba sem a opção para ser acionada nos contra-ataques.
— As linhas ficaram longe uma das outras. O adversário cresceu. Quando recuperávamos a bola, não tínhamos a velocidade — reclamou.
O Grêmio terá o treino desta segunda-feira (8) e de terça (9) para ajustar os problemas apresentados contra o Bragantino. A tendência é de que apenas Reinaldo esteja à disposição para atuar em São Paulo, contra o Palmeiras. Pepê será reavaliado para saber se terá condições. O único reforço certo é Kannemann, que cumpriu suspensão.
Mesmo diante do forte Verdão, Galdino está otimista:
— Bastante triste com o resultado desta noite, é lamentável. A Série A não tem jogo fácil, mas vale um ponto. Agora temos que buscar fora.
