Mais do que o 3 a 3 em um jogo acelerado como a chuva do fim de tarde de domingo (7), o Grêmio saiu da Arena com a necessidade de discutir se o modelo adotado até aqui será suficiente para encarar o Brasileirão. A ideia de adotar uma ideia de controle, com três meias de bola no pé e apenas um deles (Bitello) dotado de dinâmica, precisa ser discutida.
Renato ainda não conseguiu aplicá-lo com Pepê e Carballo vindo de trás e se juntando aos meias, como fez no Gauchão. Mas é verdade também que o Brasileirão é outro mundo, com adversários de qualidade superior e, mais do que isso, dotados de rotação alta. Todos, desde o atrapalhado Santos ao jovem Bragantino, passando por Cruzeiro e Cuiabá.
O treinador, é bem possível, nem esperará a volta de Pepê para tirar a prova dos nove de um modelo que encheu os olhos ali atrás contra rivais menores. Ainda mais depois do que se viu no primeiro tempo.
Os mais de 23 mil gremistas que encararam a chuvarada na Arena viram o Bragantino submeter seu time de forma constrangedora. O primeiro tempo acabou em 1 a 1 por capricho. Se tivesse sido três ou quatro, não seria exagero.
O Grêmio parecia preso no campo, enquanto seu adversário zunia. A razão é quase óbvia: Cristaldo e Vina são jogadores de bola no pé, não de intensidade. Suárez, no máximo, fecha diagonais – e isso, no caso dele, já é suficiente.
Só que, somada à lentidão de dois dos três meias, são três jogadores sem capacidade de marcar alto, de serem agressivos. Assim, o Bragantino avançava até com os zagueiros e criava superioridade numérica. Muitas vezes, seus atacantes e meias batiam direto contra os zagueiros.
Tanto foi alarmante a pouca intensidade que Renato voltou com Galdino e Zinho. Recuou Bitello e mudou do jogo de controle e posse para um de transição. Conseguiu competir, mas aí começaram a aparecer questões técnicas individuais. Para o bem, no caso do golaço de Suárez, e para o mal, como na falha de Diogo Barbosa. Galdino foi o mal e o bem no mesmo jogo. Errou no segundo gol e se recuperou com o gol no 3 a 2.
O fato é que ficou claro: se o Grêmio seguir apostando em um jogo de posse contra adversários que o atropelam, terá dificuldades. Na quarta-feira (10), por exemplo, o rival será o Palmeiras. Um time que joga com a mesma volúpia desse Bragantino. Mas com muito mais qualidade.