Mesmo após uma passagem conturbada, o meia-atacante Douglas Costa sonha em voltar ao Grêmio. Entrevistado no Paredão do Guerrinha, que vai ao ar no próximo sábado (20) na Rádio Gaúcha, o jogador do Los Angeles Galaxy deixou claro o desejo de encerrar a carreira na Arena depois que deixar o clube dos Estados Unidos.
— Era meu sonho quando saí do Bayern: ficar no Grêmio e depois parar de jogar. Mas não foi uma passagem legal. Depois, esse ano, tive conversa amigável com a nova direção e com o Renato. Eu disse que iria cumprir meu contrato no Galaxy e, mais para frente, estaria disponível para sentar e conversar. A porta da minha casa está sempre aberta, nunca posso dizer não ao Grêmio. Foi onde surgi e para onde fiz várias loucuras para voltar — disse.
Douglas Costa tem contrato com o Los Angeles Galaxy até o fim de 2023. Com 32 anos, pretende atuar até os 35 ou 36. Conforme o meia-atacante, ainda não há certeza sobre seu futuro, embora já tenha recebido sondagens de outras equipes. Para tentar retornar à Arena, a conversa com o presidente Alberto Guerra e o técnico Renato Portaluppi, em dezembro do ano passado, ajudou a aparar arestas de sua polêmica saída.
— Depois que tudo aconteceu (saída ao final de 2021), era melhor deixar a poeira baixar e ver o Grêmio reagir. Meu contrato aqui (no Galaxy) acaba no final do ano, mas ainda não sei o que será do meu futuro. Muita gente me liga para consultar. Times da Arábia Saudita e México sondaram, tem chance até de seguir na MLS. Vou esperar outubro ou novembro, no final da temporada, para saber para onde eu vou — afirmou.
Revelado pelo Grêmio em 2008, Douglas Costa retornou em 2021, após atuar por Shakhtar, Bayern e Juventus. A passagem ficou marcada por confusões entre jogador e torcida. Uma das atitudes mais marcantes foi o "tchauzinho" do ex-camisa 10 aos torcedores contra o Atlético-MG, jogoque determinou o terceiro rebaixamento à Série B.
Ninguém queria falar comigo. Para me contratar, moveram mundos e fundos. Estávamos na pré-temporada com o Mancini. Se ele chegasse duas semanas antes, não teríamos caído. Faltou comunicação. No final, veio o tema do casamento e quiseram jogar tudo no meu colo
DOUGLAS COSTA
sobre saída do Grêmio em 2022
O atleta se desculpou com a torcida em janeiro em entrevista ao Sala de Redação. Ao Paredão do Guerrinha, o meia-atacante revelou circunstâncias de sua saída no início de 2022.
— Sempre planejei minha vida. Quando se planeja as coisas, tem de seguir esse rumo. E o combinado não sai caro. Muitos disseram que eu custava muito, mas quando eu realmente seria caro, saí fora. Eu era pago com aquilo que o Grêmio podia naquela época. Aconteceu que nosso time foi rebaixado, nunca briguei para ir embora. Eles disseram (direção) que não tinham condições de continuar a pagar. Chegamos a um denominador comum, que para o Grêmio foi válido, deu um desafogo financeiro. Mas isso foi acertado com a outra direção, não a atual — contou Douglas, antes de completar:
— Não saí por causa do descenso. Estava fazendo a pré-temporada e saiu o burburinho de que a direção estava me chamando para conversar sobre reajuste, mas ninguém veio falar comigo. Eu não teria esse problema financeiro. Ninguém queria falar comigo. Para me contratar, moveram mundos e fundos. Estávamos na pré-temporada com o Mancini. Se ele chegasse duas semanas antes, não teríamos caído. Faltou comunicação. No final, veio o tema do casamento e quiseram jogar tudo no meu colo. Nunca vou fugir dos problemas criados. Mas isso poderia ser resolvido internamente e foi externado.
Eu não achava meu time ruim. Tínhamos peças importantes e boas, mas nunca conseguimos dar liga. Não vejo o Grêmio de hoje muito melhor do que a gente tinha. Se houvesse um plano e uma estratégia, sabendo o limite de cada jogador, não deixaria a gente cair
DOUGLAS COSTA
sobre saída do Grêmio em 2022
O jogador ainda falou sobre os motivos que resultaram no rebaixamento do Grêmio:
— Foram vários fatores. Um deles é planejamento. No Brasil, se perde dois ou três jogos e se troca o treinador. Nós trocamos bastante. Com o Tiago (Nunes), perdemos muitos jogadores com covid. Depois, o Felipão deu uma ajustada no time. Foi com ele que a gente conseguiu a maior parte dos pontos. Eu não achava meu time ruim. Tínhamos peças importantes e boas, mas nunca conseguimos dar liga. Não vejo o Grêmio de hoje muito melhor do que a gente tinha. Se houvesse um plano e uma estratégia, sabendo o limite de cada jogador, não deixaria a gente cair. Tenho a minha parcela de culpa. Posso ter a maior, não tem problema.