Aos 36 anos, reconhecido e saudado como um dos maiores artilheiros de sua geração, Luis Suárez está prestes a viver uma experiência inédita nos gramados neste sábado (8), na Arena. Caso o Grêmio vença o Caxias, e Kannemann não recupere a braçadeira após dois jogos afastado (um por expulsão e outro por questão médica), o camisa 9 levantará pela primeira vez uma taça como o capitão de sua equipe.
A imagem entrará para a história do Grêmio e para a do artilheiro, que escolheu jogar no Brasil, quando clubes dos Estados Unidos e da Arábia Saudita acenavam com milhões de dólares.
A carreira de Suárez já ficaria marcada no futebol mundial se apenas suas estatísticas individuais fossem consideradas. O centroavante é o quinto maior artilheiro em atividade, com 538 gols. Mas é sua participação no contexto coletivo que o transformou em referência no planeta.
Entre suas passagens por clubes do Uruguai, da Holanda, da Inglaterra e agora do Brasil, Suárez foi campeão. Ajax, Liverpool, Barcelona e Nacional contaram com a participação do camisa 9 em suas conquistas. E com números que empolgam até o menos otimista dos torcedores gremistas.
São 15 finais no currículo de Suárez por clubes, com 12 títulos e apenas três vices. Ainda ostenta o título conquistado com o Uruguai na Copa América de 2011. Nos 18 jogos valendo taça pelas equipes que defendeu, marcou 14 gols e deu duas assistências. Incluindo os três de sua estreia no Grêmio, na vitória sobre o São Luiz, pela Recopa Gaúcha.
Um retrospecto que foi referência para o investimento feito pela direção do Grêmio. Em um grupo que seria reformulado, era necessário trazer atletas vitoriosos para dar suporte ao projeto. E desde o primeiros contatos, Luis Suárez deixou claro que viria para o Grêmio para abraçar todos os desafios que um jogador de sua relevância teria no Brasil. A expectativa de alto rendimento é o maior deles, e é algo que abastece Suárez nos momentos de maior dificuldade.
— Na minha carreira, sempre foi assim. Sempre criticado, mas assumo essa responsabilidade. Porque é assim que eu mais gosto e rendo melhor — disse o uruguaio, em sua entrevista de apresentação.
A fase recente, no entanto, não é das melhores. Na partida de volta das semifinais contra o Ypiranga e no jogo de ida das finais, no sábado passado, em Caxias do Sul, a pontaria de Suárez esteve descalibrada. Antes, havia perdido dois pênaltis. O centroavante desperdiçou uma série de chances de marcar, mas nada que traga preocupação para o técnico Renato Portaluppi.
— Não é à toa que ele é o quinto maior goleador do mundo. O mais importante é que a equipe está criando. Pior se não estivéssemos criando. Ele é goleador, sabe o que faz — destacou o técnico.
Quem também desconfia de que o próprio jogador não está ciente das críticas teve uma resposta publicada pelo atleta em suas redes sociais. Marcado por gols em Copa do Mundo e em finais de Liga dos Campeões, um jogo de Gauchão foi capaz de gerar mobilização para Suárez.
“Ninguém disse que seria fácil. É hora de trabalhar esta semana para ganhar em nossa casa no sábado”, publicou em seu perfil no Instagram, após o 1 a 1 no Centenário, no jogo de ida da final.
Autor de 10 gols e quatro assistências em 14 jogos pelo Grêmio, o uruguaio fez questão de levar essa energia para os treinos da semana. Líder no vestiário, com ou sem a braçadeira, sua voz será ouvida com atenção pelos companheiros no vestiário da Arena neste sábado, às 16h30min (RBS TV).
É embalado por essa capacidade de mobilização que o jogador espera conduzir o Grêmio ao seu sexto título de Gauchão seguido.