Sem dinheiro, rebaixado e nenhuma perspectiva de realizar contratações de impacto, o Grêmio fez de Ferreira sua principal aposta para 2022. Mas a expectativa de ter o jogador como protagonista da campanha de retorno à Série A esbarrou em uma série de problemas físicos durante a temporada. Após três lesões musculares, uma cirurgia para correção de hérnia inguinal, o jogador segue sem previsão de ficar à disposição de Renato Portaluppi.
O camisa 10 fez apenas 15 jogos no ano e tem um gol marcado. Existia a expectativa de que o jovem de 24 anos pudesse integrar a delegação que viajou ao Maranhão, mas um exame realizado na segunda-feira (26) apontou que a lesão na coxa esquerda ainda não está cicatrizada.
Ferreira segue entregue ao departamento médico do Grêmio, com a rotina de tratamento e na expectativa de avançar nos próximos dias para os primeiros trabalhos no campo desde a última lesão. No dia 21 de agosto, durante o empate com o Cruzeiro, ele deixou o gramado chorando por conta das dores na coxa esquerda. Foi a reincidência do mesmo problema físico que o tirou da partida contra a Chapecoense, em 26 de julho.
A mais recente lesão muscular foi a terceira ocorrência do problema em apenas nove meses. No empate com o Juventude, ainda pelo o Gauchão, Ferreira sofreu lesão muscular na coxa direita. Ficou de 13 de fevereiro até 23 de março sem jogar. E, quando retornou, não conseguiu atuar no seu nível habitual por conta das dores na região lesionada.
No início de maio, após mais um mês perdido pelo jogador só em tratamento, foi constatada que a origem do problema era uma hérnia inguinal. Mais dois meses parado entre recuperação da cirurgia e o recondicionamento físico. O retorno durou seis rodadas na Série B, e os problemas físicos voltaram.
A série de lesões frustrou os planos do departamento de futebol gremista. A direção desejava mandar um recado ao torcedor ao assegurar a permanência de Ferreira, um dos poucos jogadores que terminram o ano do rebaixamento com algum destaque. Com o final da experiência frustrada do retorno de Douglas Costa, o clube deu a camisa 10 ao atacante e renovou seu contrato para o colocar na lista dos mais bens pagos do elenco.
No dia seguinte à conclusão da negociação que selou a permanência, o Flamengo entrou em contato para levar o jogador, mas ouviu um não do Grêmio. Ferreira esteve mais próximo de deixar o Tricolor em agosto do ano passado, mas o acerto com o Atlanta United caiu nas últimas horas da janela de transferências para o futebol dos Estados Unidos.
Novamente sob o comando de Renato Portaluppi, que deu as primeiras chances no time principal ao atacante em 2019, Ferreira ainda não tem previsão de utilização. Em entrevista coletiva na terça-feira (27), o técnico disse que conta com o jogador ainda nesta Série B.
— O Ferreira está na fase final de recuperação. Ele estava com essa lesão quando cheguei. Está melhorando dia a dia. Se ele ainda vai jogar neste ano, acredito que sim. Depende dele. Ele precisa dar a resposta. Quem dará a resposta é o jogador. Ele faz tudo que o departamento médico pede. Estará com o grupo em breve — comentou.
Longe dos microfones, no entanto, o tom de dirigentes e membros da comissão técnica sobre a possibilidade do atacante contribuir nesta temporada é muito menos otimista. A expectativa é de que Ferreira precisará passar novamente por uma pré-temporada para chegar ao nível físico ideal. Até para evitar que o jogador leve para 2023 os problemas físicos que o atrapalharam ao longo de todo o ano.