Mais uma vez, o Grêmio estará desfalcado do seu camisa 10. O exame realizado na tarde de quinta-feira (28) confirmou nova lesão muscular de Ferreira, que deixou o jogo contra a Chapecoense reclamando de dores na coxa esquerda.
Peça fundamental do ataque e principal aposta da direção para ser o diferencial técnico tricolor na Série B, ele enfrentará sua terceira passagem pelo departamento médico em apenas sete meses de temporada. Após tratar um problema muscular na coxa direita por quase 40 dias e, depois, parar por mais de dois meses ao ser submetido a cirurgia para retirar uma hérnia inguinal, o atacante voltará à rotina de tratamento no CT Luiz Carvalho.
O diagnóstico é de que o músculo afetado, desta vez, é o posterior da coxa esquerda. Por ser uma lesão de grau um, em uma escala da gravidade que vai até três, a previsão é de que Ferreira seja desfalque de duas a três semanas. O fato de ter deixado a partida da última terça-feira (26) ao sentir o desconforto evitou que a contusão se agravasse.
Na projeção mais conservadora, o atacante perderá os jogos contra Guarani, Operário e CRB. Assim, só estaria à disposição do técnico Roger Machado para a partida contra o Cruzeiro, no próximo dia 21, na Arena.
Uma coincidência infeliz marca a nova lesão de Ferreira. Assim como no primeiro turno, o Grêmio perde seu camisa 10 antes de enfrentar o Guarani. De volta ao DM, ele terá a companhia de Kannemann, que deve ficar mais uma semana na fisioterapia, e de Jhonata Robert, que volta aos trabalhos após passar por cirurgia no joelho esquerdo, nas sessões de tratamento. Brenno, Edilson e Elkeson estão reintegrados ao grupo desde o início desta semana.
O processo de recuperação começou na reapresentação após a partida pela 21ª rodada, em Chapecó. Ferreira foi recebido pelos médicos e ouviu a avaliação. Apesar da frustração de uma nova lesão muscular, foi explicado ao atacante que este tipo de problema é comum em atletas que retornam de longas paradas. Foi o caso de Kannemann, que fez quatro jogos e sofreu uma lesão na panturrilha.
Se o atacante aparentou tranquilidade para encarar mais uma recuperação, sua ausência cria uma nova dor de cabeça para Roger. E das grandes. Além de assumir a condição de liderança no vestiário, Ferreira mostrou sua importância desde que voltou a jogar, após 79 dias longe dos campos. Mesmo que tenha participado apenas de um dos 8 gols marcados nas seis partidas que fez desde o retorno da cirurgia, o camisa 10 é peça fundamental na estrutura ofensiva tricolor.
Os números mostram a diferença de produção do Grêmio com ele em campo. Um fator citado internamente, nas avaliações do grupo de jogadores, é de que Ferreira é o único atacante que potencializa o desempenho dos seus companheiros. As outras opções de frente têm as mesmas características: são atletas de velocidade, que rendem mais quando podem atacar o espaço.
Com 24 passes certos, Ferreira é o ponta do Grêmio com a melhor média por jogo. Biel vem atrás, com 14. Guilherme, que deve ser o substituto do camisa 10, deu apenas oito passes até aqui. Ferreira é também quem mais finaliza e quem mais acerta dribles em toda a competição. Suas médias por jogo são de 2,13 chutes a gol e 2,63 dribles certos.
Um dos efeitos colaterais da lesão de Ferreira é de que a entrada de Guilherme será acelerada. O planejamento da comissão técnica era promover seu ingresso na equipe aos poucos, preferencialmente pelo lado direito. Após participar de 30 minutos contra a Ponte Preta e de 65 minutos contra a Chapecoense, Guilherme será o dono da vaga no lado esquerdo de ataque já contra o Guarani.