A passagem do vice-presidente de futebol do Grêmio, Denis Abrahão, pelo Rio de Janeiro antes de desembarcar em Maceió, coincidiu com o surgimento do interesse no lateral-direito Lucas Calegari, do Fluminense.
Embora o dirigente gremista, assim como o clube carioca, aleguem não ter iniciado uma tratativa por negociação, o jovem atleta de 20 anos faz parte de um rol de observações feitas pelo núcleo de análise e prospecção tricolor — Central Digital de Dados (CDD) — em busca de um jogador para a função.
Outro nome sondado nesta semana, por exemplo, foi o experiente Rodinei, do Flamengo. Mas, pesa em favor de Calegari o fato de ter sido comandado por Roger Machado no ano passado, no período em que o técnico trabalhou na equipe carioca.
— Calegari chegou aos profissionais como lateral-direito, mas jogou a maior parte, nas categorias de base, como volante. Então, tem mais características defensivas, tem muita força física, geralmente marca bem, compõe a linha defensiva e tem mais limitação no apoio. Não é tão efetivo chegando à linha de fundo e fazendo cruzamentos. Ele tem bom passe, desarme bastante, mas tem dificuldade quando o time precisa de um homem mais aberto. Mas, em um todo, é jovem, está em processo de desenvolvimento e tem características importantes que podem contribuir bastante, principalmente nos aspectos defensivos — avalia o repórter Victor Lessa, da Rádio Globo/CBN, do Rio de Janeiro.
Mesmo tendo surgido bem, ainda em 2020, o garoto perdeu espaço para Samuel Xavier neste ano e, atualmente, ocupa a reserva com Fernando Diniz. Sua última atuação foi entrando nos minutos finais da goleada por 10 a 1 sobre o Oriente Petrolero, que marcou a eliminação da equipe na Copa Sul-Americana, no fim de maio.
Ainda assim, não terá sua saída por empréstimo facilitada. Até porque, há bem pouco tempo, despertou o interesse da Fiorentina, da Itália. E, no caso do Grêmio, não há como fazer um investimento pela compra do jogador que tem contrato em vigor até 2025.
De qualquer forma, a avaliação sobre ele está tão incipiente que sequer passou pelo crivo do presidente Romildo Bolzan Júnior, acostumado a dar a última palavra nas contratações.
— A mim ninguém consultou sobre isso. Se vou dizer que o Rodinei não foi oferecido… Alguém falou com o departamento de futebol, mas não evoluiu, porque foi muito pessoalizado de alguém que não era nem do Grêmio ou do Flamengo. Mas esse jogador (Calegari) não foi objeto de análise nossa. A gente espera que agora, com os retornos do Rodrigo (Ferreira) e Edilson, tenhamos mais opções. E não podemos esquecer que temos um jogador de seleção brasileira (sub-20), que é o Lucas Kawan. Assim como temos para a lateral esquerda o Cuiabano e o Thiago Rosa. Não é porque estamos em um momento de instabilidade que vamos deixar de observá-los, mas se o Grêmio precisar de uma posição para equilibrar o plantel, vamos fazer um esforço neste sentido — comentou o mandatário gremista.
A diretoria alinhavou as chegadas do volante Lucas Leiva, do meia Thaciano e do atacante Guilherme, e planeja mais um investimento. A posição que será reforçada ainda está em debate interno com a comissão técnica, mas há uma leitura de que a lateral direita ainda precisa de um jogador mais afirmado e que possa chegar e entrar em campo.
Depois de se decepcionar com as atuações de Orejuela, que já foi reemprestado ao São Paulo, apostar em Rodrigo Ferreira, vindo do Mirassol, e ver Edílson, trazido de volta, conviver com lesões musculares, um novo "camisa 2" estaria na alça de mira.