A forma como o Grêmio construiu a vitória sobre o Operário-PR abriu um debate entre torcedores. A frustração da torcida se concentrou na titularidade de Campaz, após outra atuação sem brilho do colombiano na parte ofensiva. A entrada de Elias pelo lado direito resultou no gol da vitória que colocou o time no G-4 da Série B pela primeira vez. A escalação do jovem para começar contra o CRB, neste sábado (30), na Arena, é uma alternativa para Roger Machado.
Com seis gols marcados na temporada, cinco no Gauchão e um na Série B, Elias se isolou como o vice-artilheiro gremista na temporada. O jovem perde apenas para Diego Souza na relação. A questão é que o jogador ainda está em adaptação. Foi utilizado como centroavante no início da passagem de Roger Machado, mas recentemente voltou a ser opção para os lados do campo. Situação parecida com a de Campaz, que começou a ser utilizado centralizado, mas que teve seu melhor desempenho quando foi colocado no lado direito de ataque, com características de armador.
Roger Machado explicou que a postura do adversário também pode ditar qual será a opção utilizada para a partida. O técnico do Grêmio deu como exemplo a diferença de estratégia que os jogos como mandante e visitante oferecem na Série B. Segundo o técnico, contra adversários recuados, é mais interessante contar com um jogador que tenha características de armação. E como ocorreu contra o Operário, que buscou atacar mais por estar como mandante e em busca do resultado, a opção por Elias como jogador de velocidade permitiu explorar os lances com o jovem pelo lado direito.
— São jogadores de características diferentes. A proposta de ter o Campaz no lado não é para puxar velocidade, é para que ele tenha controle técnico naquela faixa do campo e divida as articulações com o Bitello e o Lucas Silva. Fica diferente quando trocamos a característica da função. É difícil comparar — analisou o técnico gremista.
O técnico reconheceu que a vitória sobre o Operário passou pela mudança promovida no intervalo, quando Elias foi para o jogo no lugar de Campaz. A tendência é de que a variação utilizada na partida no Paraná siga como alternativa, com a manutenção da estrutura utilizada neste início de Série B para enfrentar o CRB:
— A entrada do Elias nos dá um jogador agudo. Diferente do Campaz, que nesses últimos jogos não tem conseguido repetir as boas atuações que teve até o final do Gauchão. Faz parte. Elias teve agressividade para finalizar ao gol. A combinação das velocidades pela beiradas, com o pivô do Diego Souza e o controle técnico do Bitello no meio, nos levou novamente para a partida e deu a condição de tirar o zero do placar.
Analista do projeto Footure, Gabriel Corrêa aponta que a parceria de Campaz também pode explicar a produção atual o colombiano. Por não contar com jogadores de maior potencial ofensivo no lado direito, o camisa 7 enfrenta dificuldades para encontrar lances de desequilíbrio. E caso a opção de Roger Machado seja a entrada de Elias, os dois lados da equipe seriam com características mais parecidas.
— Ele quer o Campaz para temporizar, segurar a bola mais de um lado para ser mais agressivo na esquerda com o Ferreira ou o Biel. Se olharemos o jogo, a grande questão do Campaz seja coletiva. Teve Lucas Silva, Rodrigo Ferreira, Edílson e Rodrigues como opções pelo setor. Não tem uma opção de passe mais para a frente naquele lado. O Elias daria mais agressividade ao setor, o time atacaria mais pelos dois lados — disse.
Contra o CRB, o Grêmio ainda não contará com Edílson e Ferreira, entregues ao DM. Elkeson tem chances de ser relacionado, mas ainda depende de uma sinalização do Ministério da Justiça para ter o visto de trabalho regularizado.