Vagner Mancini terá uma missão especial para o início da temporada do Grêmio. Em um ano de poucos investimentos e com a aposta em boa parte da equipe que caiu para a Série B, o técnico precisa definir como será feito o aproveitamento das duas principais contratações dos últimos dois anos.
Campaz, comprado junto ao Tolima em 2021 e um dos maiores investimentos da história do clube, e Benítez, principal reforço para 2022, disputam um lugar no meio-campo do Grêmio. Ou talvez joguem lado a lado, como projetou Mancini. Para o jogo deste domingo (6), contra o Guarany-Ba, ambos estão à disposição pela primeira vez e o Grêmio terá que definir como será o aproveitamento das peças.
Sem contar com o meia argentino no jogo contra o São José, já que o Independiente atrasou o processo de registro do jogador, Campaz atuou centralizado e terminou a partida como um dos destaques da equipe. Marcou o primeiro gol em cobrança de falta e deu a assistência para Diego Souza confirmar a vitória por 2 a 1.
Além da produção estatística, o meia colombiano também mostrou evolução na parte tática e também nos quesitos físicos. Esses fatores eram apontados internamente como justificativa para as poucas oportunidades recebidas desde sua chegada.
Mancini, em entrevista após a vitória sobre o São José, na quarta-feira (2), explicou que pensou o jogo com Campaz centralizado por conta das questões burocráticas que tiraram Benítez da partida. Mas o técnico fez questão de deixar aberta a disputa pelas vagas no meio-campo. E até citou a possibilidade de montar um time com o colombiano e o argentino juntos em funções de armação.
_ O Benitez é um atleta diferente do que vimos em campo. Ele tem uma velocidade de armação grande nas jogadas, tem giro, tem o jogo no pivô. Se ele jogar por dentro, posso usar o Campaz do lado ou formar um quadrado _ disse o treinador em sua entrevista coletiva.
A expectativa antes da estreia do time principal era de que Benítez seria o meia central e Campaz brigaria por vaga com Janderson como o jogador do lado direito do trio de meias. O problema é que o colombiano ainda não convenceu a comissão técnica de que pode entregar o desempenho tático necessário para um extrema, que também tem atribuições defensivas.
— O ideal é ter os dois juntos. O argentino para carregar mais a bola e fazer a transição da defesa para o ataque, e o colombiano para estar mais perto do gol adversário e explorar a capacidade de chute e aproximação. O esquema com extremas no Grêmio, algo que eu não gosto, exige uma entrega maior do jogador de lado. Esse trabalho "sujo" de auxílio ao Orejuela seria feito pelo Janderson. Neste caso, sobraria Benítez e o time teria Campaz como meia centralizado — projetou Marcelo De Bona, narrador do Grupo RBS.
Contra o Guarany-Ba, a tendência é de que se repita o time que venceu o São José. Benítez briga para convencer a comissão técnica de que pode ser o titular, mas a resposta de Campaz colocou o colombiano em vantagem neste primeiro momento. Ainda assim, Mancini também deve testar a formação sem Janderson neste início de Gauchão.
— O Grêmio deve apostar nos dois juntos. Janderson espera uma oportunidade. Se diz que o Campaz não marca, mas vai ter de tentar. A qualidade tem que se sobrepor ao esforço de um que tem mais vontade do que talento. O Grêmio ficou assim nas últimas quatro temporadas, se sujeitando ao esforçado Alisson em detrimento a algum atacante de qualidade — comentou Gustavo Manhago, narrador do Grupo RBS.