A segunda vitória consecutiva no Brasileirão, conquistada sobre a Chapecoense na noite deste sábado (20), deu amostras de que o Grêmio está mobilizado para escapar do rebaixamento. E esta mobilização não se limita apenas a dentro de campo. Ainda na Arena Condá, o presidente Romildo Bolzan Júnior revelou que o departamento jurídico tem realizado uma força-tarefa para que a torcida gremista volte a frequentar as arquibancadas nas últimas rodadas.
O argumento dos dirigentes é que os torcedores responsáveis pela invasão de gramado diante do Palmeiras, no fim de outubro, já foram identificados. Na ocasião, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) entrou com uma liminar, impedindo o clube de receber público em seus jogos como mandante e, fora de casa, não ter acesso à carga de ingressos para o setor visitante. O julgamento do caso, porém, não foi agendado pela entidade.
— O Grêmio trabalha juridicamente para que possa colocar sua torcida, se possível, já na terça-feira, o que acho uma situação bastante complicada. Mas, se não para terça-feira, pelo menos para o jogo contra o São Paulo. Ou então liberar para o jogo lá em Salvador, que é um pouco mais complicado. O Grêmio está tomando medidas jurídicas, também conversando para tentar convencer aqueles que tem que decidir, mas o Grêmio não está parado — revelou o mandatário gremista.
Nesta terça (23), o Tricolor recebe o Flamengo, na Arena. Na sexta-feira (26), visitará o Bahia, em confronto direto pela parte de baixo da tabela. Por fim, o duelo com o São Paulo, que também está próximo do Z-4, ocorre no dia 2 de dezembro, em Porto Alegre.
— Um acordo é uma possibilidade. É uma das peças jurídicas que imaginamos possível, porque tem uma liminar que foi confirmada tanto pelo presidente (do STJD) como pelo relator. E esta peça, não que julgasse o mérito, mas julgaria o direito da torcida comparecer porque, afinal de contas, quem está responsabilizado por isso já está definido, já tem autoria. Então, temos que trabalhar na linha de que nem todos devem pagar, porque temos a identificação de autoria. E não descartamos, é uma situação jurídica possível também, ter um Termo de Ajustamento de Conduta — completou Romildo.
Com a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o Grêmio se comprometeria a assumir alguns compromissos junto ao STJD, antes que o caso fosse julgado. No entanto, caso os fatos se repetissem, uma eventual punição ocorreria de forma imediata e, possivelmente, ainda mais pesada.
Mas, além de atuar nos bastidores em busca deste acordo, os dirigentes fizeram um apelo público ao presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman, e ao vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Francisco Novelletto, para intercederem junto ao STJD.
— Não é justo jogar contra adversários poderosos com suas torcidas e o Grêmio jogar na Arena vazia, por causa de 12, 14, 20 ou 24 pessoas que não dá nem para dizer o que são. Já foram apontadas e definidas quem são estas pessoas e não sei por que o Grêmio está pagando isso. Por favor, senhor Luciano Hocsman e Francisco Novelletto, meus queridos amigos, nos ajudem! Não é justo com o torcedor do Grêmio. Vocês não imaginam a festa que foi aqui em Chapecó. Era foguetório, bandeiraço, as pessoas implorando para vir ao estádio. Não puderam vir e ficaram fazendo festa no entorno. Que pecado nós cometemos? Por favor, nos ajudem a trazer a torcida para junto de nós, porque a torcida é o nosso 12º jogador. Estes jogos são decisivos e queremos justiça — discursou o vice-presidente de futebol Dênis Abrahão.
Restando cinco partidas para o final do campeonato, o Tricolor figura em 18º lugar, a quatro pontos do Juventude, que atualmente é o primeiro clube fora da zona de rebaixamento.