O torcedor do Grêmio vive uma contagem regressiva para se reencontrar com as arquibancadas. Foram 570 dias longe da Arena. A partir do próximo domingo (3), às 20h30min, quando o Tricolor recebe o Sport, pela 23ª rodada do Brasileirão, o estádio gremista voltará a receber público.
Apesar da liberação, o cenário não será o mesmo de antigamente. Vai demorar um pouco mais para que todos os setores estejam integralmente liberados. E ainda é fundamental usar máscara e respeitar o distanciamento — afinal de contas, a pandemia não acabou.
O último jogo disputado com a presença de torcida foi no dia 12 de março de 2020, no primeiro Gre-Nal da história válido por uma Libertadores. Naquela noite de quinta-feira, mais de 53 mil pessoas compareceram ao bairro Humaitá para acompanhar um clássico que, apesar de terminar empatado em 0 a 0, teve muita emoção, chances de gol de ambas as partes e terminou em briga generalizada, com seis expulsões (três de cada lado).
Abaixo, relembre curiosidades da época.
Como era o time do Grêmio
Além de ser treinado por Renato Portaluppi, que atualmente dirige o Flamengo, o Grêmio entrou em campo naquela ocasião com seis jogadores que já não estão mais no clube: Vanderlei, David Braz, Caio Henrique, Matheus Henrique, Maicon e Everton. Outros cinco ainda permanecem, mas nem todos com status de titular: Victor Ferraz, Geromel, Lucas Silva, Alisson e Diego Souza.
No rival, um time também bastante modificado, comandado pelo argentino Eduardo Coudet. Thiago Galhardo começava a ganhar a posição de D’Alessandro e Paolo Guerrero era a esperança de gols para os colorados.
Pandemia de covid-19
Nos primeiros meses de 2020, coronavírus ainda parecia uma palavra em grego para os brasileiros. Surgida na China, em dezembro de 2019, a covid-19 alcançava na Itália o seu epicentro naquele momento. Em Porto Alegre, o primeiro caso de infecção havia sido diagnosticado em 11 de março. Ou seja, um dia antes do Gre-Nal.
Ronaldinho preso
Ícone do futebol mundial, Ronaldinho estava preso no Paraguai ao lado do irmão Assis. Os dois foram detidos no início daquele mês, depois de ingressarem no país portando passaportes falsos. Eles só seriam liberados pela Justiça paraguaia para voltar ao Brasil cinco meses depois.
Cenários da política
No Brasil, a maioria dos governadores vivia em clima de harmonia com o presidente Jair Bolsonaro — incluindo o gaúcho Eduardo Leite e o paulista João Doria, que se tornariam opositores ferrenhos nos meses seguintes, a partir das discordâncias em relação aos protocolos sanitários. O mesmo ocorria com Sérgio Moro e Luiz Henrique Mandetta, que ainda ocupavam os m inistérios da Justiça e da Saúde, respectivamente.
Foi em março de 2020 que Bolsonaro se encontrou pela primeira vez com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ambos trocaram presentes: camisas das seleções nacionais com seus nomes estampados às costas. Àquela altura, Joe Biden era somente um dos pré-candidatos nas prévias do Partido Democrata.