Ainda faltam 90 minutos para definir o classificado à semifinal da Copa do Brasil, mas é inegável que o Flamengo deixou a vaga praticamente encaminhada ao golear o Grêmio por 4 a 0, em plena Arena, na noite desta quarta-feira (25).
Após a partida, o próprio Felipão chamou a culpa para si, admitindo falhas na estratégia adotada no jogo de ida das quartas de final. Mas, exatamente, onde foi que o treinador gremista errou no confronto com o Rubro-Negro?
GZH consultou alguns de seus colunistas, que apontaram os pontos que ajudaram o time carioca a construir a larga vantagem.
Fiquei surpreso com o primeiro tempo do Grêmio. Não esperava um time com aquele tipo de postura, que tirava espaço do Flamengo, com Douglas Costa se movimentando bastante. Se alguém poderia ter aberto o placar, seria o Grêmio, que criou uma chance com Borja e, principalmente, com Alisson. Mas, se o Felipão acertou no primeiro tempo, ajustando a equipe e liberando o Villasanti, penso que ele foi o grande culpado pelo segundo tempo, porque acreditou que podia trocar garrafa com o Flamengo. E não tem como! O que ele devia ter feito era um ajuste para continuar com a mesma postura. O Diego Aguirre, por exemplo, fez isso com o Inter: segurou, saiu na boa e ganhou. Já o Felipão desmontou tudo o que ele mesmo havia montado. Em determinado momento, colocou o Diego Souza como meia. Não dá! Ele não tem sequer preparo físico para isso. Então, os erros contra o Flamengo passam totalmente pelo Felipão.
Primeiro, acho que o Grêmio perdeu para o Flamengo, mas o Renato goleou o Felipão, que não conseguiu fazer a leitura do jogo. Ele entendeu que, para atacar o Flamengo, tinha que tirar volantes e empilhar atacantes. E não é assim. Você ataca com mecânica, com construção. Tenho falado que o Grêmio vem desprezando a construção ofensiva e vem se preocupando excessivamente em se organizar lá atrás para depois fazer o outro passo, de atacar. Só que, às vezes, se precisa disso em um jogo. Parece que o Grêmio desaprendeu o ato de atacar, e foi o que aconteceu ontem (quarta-feira). O Renato fez a leitura correta. Com um jogador a menos, tirou estrelas, fechou duas linhas de quatro e apostou nos contra-ataques, enquanto o Felipão abriu absolutamente seu meio-campo. Foi uma derrota muito estratégica e de escolhas. Então, a goleada tem a assinatura do Felipão, infelizmente.
Não há um apenas um único motivo que justifique a goleada sofrida pelo Grêmio. Foram vários e alguns, com absoluta certeza, passaram por erros cometidos pelo treinador. Felipão demorou para compreender o fato de que ter um jogador a mais não significa, necessariamente, superioridade técnica. O time já deveria ter voltado do intervalo com, ao menos, uma alteração. A entrada de Campaz no lugar de Lucas Silva foi ocorrer só aos 13 minutos, após o time já estar perdendo por 1 a 0. Além disso, Felipão foi completamente envolvido pela cirúrgica estratégia do Renato, que decidiu substituir Diego e Arrascaeta por Matheuzinho e Thiago Maia. Renato optou por marcar e transferiu ao Grêmio a tarefa de propor o jogo, algo que passa longe do modelo que Felipão implementa. Após ter sido completamente envolvido, Felipão decide acumular atacantes, coloca Diego Souza no lugar de Thiago Santos e promove a entrada do ineficiente Luiz Fernando na vaga de Alisson. Porém, empilhar atacantes não torna, automaticamente, uma equipe ofensiva. Outro erro. A partir de tantas escolhas equivocadas, o Grêmio se transforma em um deserto de ideias e o resultado acaba sendo apenas uma dura consequência.