Ídolo gremista na década de 1970, André Catimba morreu na manhã desta quarta-feira (28), aos 74 anos. A causa da morte não foi revelada pelos familiares. O atacante teve passagem pelo Tricolor entre os anos de 1977 e 1979, tempo suficiente para entrar na história do clube gaúcho. No total, foram 133 jogos disputados e 65 gols marcados.
Nascido em Salvador, a carreira no futebol teve início no Ypiranga, da Bahia, em 1966. Depois de passar pelo Galícia, chegou ao Vitória, em 1971. No Rubro-negro, foi campeão estadual, além de se destacar no Brasileirão. Em 1976, se transferiu ao Guarani, onde permaneceu por apenas uma temporada, até ser contratado pelo Grêmio no ano seguinte. No Rio Grande do Sul, conquistou o Gauchão em duas oportunidades: 1977 e 1979.
O herói de 1977
Depois de uma série de oito anos sendo vice estadual para o Inter, o Grêmio deu a volta por cima em 25 de setembro de 1977. Sob o comando de Telê Santana, o Tricolor conseguiu dar fim a hegemonia colorada. O gol decisivo da vitória por 1 a 0 diante do rival, que garantiu o título gaúcho, foi marcado por André Catimba, ainda no primeiro tempo, após assistência de Iúra.
Na comemoração, uma acrobacia que não sai da memória dos torcedores gremistas. O atacante tentou dar um salto mortal para frente, mas se lesionou no ar e, sem completar a manobra, se esborrachou no chão. A dor foi grande, mas a alegria do título foi maior. O lance inusitado se tornou uma das celebrações mais icônicas da história do clássico Gre-Nal.
Gol mais bonito do Olímpico
Mas a história de Catimba com a camisa tricolor tem outros pontos de destaque. Na vitória por 2 a o sobre o Esportivo, no Olímpico, pelo Gauchão de 1979, foi de André Catimba o gol que abriu o placar . Aos 18 minutos do primeiro tempo, a bola sobrou para Eurico na direita, que cruzou. O atacante saltou entre os zagueiros e finalizou de bicicleta, sem qualquer chance de defesa para o goleiro adversário.
“Leônidas da Silva inventou e celebrizou a bicicleta. Pelé adornou-se de genialidade. André foi buscá-la reminiscente, desarquivou-a das recordações e fê-la renascer mais bela no mais lindo gol da história do Olímpico”, resumiu Paulo Sant'Ana em sua coluna em Zero Hora.
Homenagem na Calçada da Fama
Carlos André Avelino de Lima, ou André Catimba, por conta do estilo provocador, foi imortalizado na Calçada da Fama do Grêmio em 1996. A importância dele não pode ser medida apenas pelo número de títulos ou gols. A quebra do jejum regional, em 1977, é vista por muitos gremistas como ponto de partida para voos maiores na década de 1980, quando o Tricolor chegou aos títulos do Brasileirão, da Libertadores e do Mundial.
"André nunca se afastou do Grêmio. Em todos os jogos do Tricolor em Salvador, onde residia, o ex-jogador fazia questão de visitar o time no hotel e participava das festividades organizadas pelo consulado local. Em 2012, esteve em Porto Alegre onde participou da inauguração da Arena e outros eventos", destacou o clube em nota divulgada no site nesta quarta-feira.