Depois da boa atuação diante do São José em seu quarto jogo seguido como titular, Ruan trabalhou com os companheiros no CT Luiz Carvalho na manhã desta terça-feira (23), onde os jogadores que atuaram no Passo D'Areia realizaram atividades regenerativas. No fim da tarde, o zagueiro do Grêmio atendeu a reportagem de GZH. De sua casa, por telefone, ele falou sobre o bom momento que vive neste começo de temporada, lembrou o início da carreira na base e contou a expectativa de poder brigar por uma vaga no time titular de Renato Portaluppi que irá enfrentar o Independiente del Valle pela Libertadores.
De onde vem essa facilidade para chegar ao ataque?
Comecei como volante no Novo Hamburgo, mas tinha outros jogadores para a função e me botaram para jogar como zagueiro. Não gostei muito da ideia porque queria chegar ao ataque, mas depois que passei a jogar fui gostando. O fato de ter jogado como volante e lateral me ajudou bastante. Procuro chegar à frente sempre que dá.
No futebol atual é comum volantes serem recuados para a zaga para melhorar a construção. Isso te dá uma vantagem?
Ter jogado de volante me ajudou bastante pela velocidade que eu já tinha e também porque para jogar no meio é preciso ter uma técnica mais refinada. Também não podia ser lento porque precisava chegar na frente. Creio que isso ajuda, sim.
Como você avalia esses primeiros jogos da temporada? Passou a ansiedade inicial?
O frio na barriga é normal ter no começo. Representar um clube gigante como o Grêmio bate um nervosismo e ansiedade. Pensava em ter ritmo de jogo para mostrar o meu futebol. Tenho conseguido evoluir a cada dia e demonstrar o meu futebol. Meu pensamento é que tenho de evoluir sempre. Vou procurar evoluir o máximo ao longo da temporada.
Imaginava ser cogitado para substituir o Geromel em uma partida importante de Libertadores tão cedo? Já ter jogado na altitude favorece?
Como gremista e zagueiro, sempre observei muito o jeito de jogar de Geromel e Kannemann, o comportamento deles em campo. Talvez não imaginasse que seria tão rápido poder estar ao lado de um deles. Se tiver que substituir o Geromel, vou ajudar o clube. Penso que estou preparado e só terei a agradecer se receber a oportunidade. Antes do jogo contra o Ayacucho pensei que seria muito difícil (a altitude), mas foi tranquilo. Suportei bem.
Você aprendeu muito com Geromel e Kannemann?
Desde quando subi, sempre procurei chegar perto deles, aproveitar a experiência. Todos os zagueiros sempre me trataram muito bem, assim como eu tratei eles. Me falaram para ter calma e esperar a minha hora.
Seu irmão (Ramon) é centroavante no Novo Hamburgo. Como será enfrentá-lo no Gauchão?
Nos enfrentamos pelo Brasileiro de Aspirantes quando ele estava no Avaí. É difícil enfrentar um irmão, ainda mais ele sendo centroavante e eu zagueiro, mas a minha família sempre alertou que poderia acontecer. O meu pai (Neto) foi jogador - atuou por clubes como Novo Hamburgo e Brasil de Pelotas. Desde pequeno, ele sempre me passou os conhecimentos até porque teve uma história parecida com a minha, de começar como volante e virar zagueiro. Meu pai é minha grande referência.
Chegou a dar uma "pegada" no Ramon nesse jogo dos Aspirantes?
Claro, tem que dar, né (risadas).