Depois de mais um empate — um 1 a 1 contra o Atlético-GO, em Goiânia — sem brilho pelo Brasileirão, a atuação do Grêmio voltou a ser contestada. Em entrevista coletiva, Renato Portaluppi atribuiu parte da responsabilidade aos desfalques. Mas, afinal, o que o Tricolor precisa fazer para voltar a ter um bom futebol? Abaixo, a opinião dos colunistas de GZH:
O Grêmio tem que recuperar a sua identidade. De um ponto de vista mais geral, este é o problema do Grêmio. Contra o Atlético-GO, por exemplo, o time teve menos posse de bola, menos finalizações. O Grêmio vem jogando diferente daquela equipe que a gente aprendeu a ser elogiada no Brasil inteiro. Para recuperar a identidade, se não tem a mesma brilhatura, tem que recuperar questões coletivas, marcar mais, fazer pressão na frente, compactar. A gente vê hoje buracos enormes no meio de campo, que antes não tinha.
O primeiro ponto, que considero fundamental, é que o estilo de jogo que fez do Grêmio o protagonista do melhor futebol do Brasil não existe mais. E isso passa por uma série de fatores, dentre os quais a saída de jogadores fundamentais para o padrão tático da equipe. Mas esse não é o único motivo.
O Grêmio hoje é um time lento, desorganizado, com alguns jogadores médios, longe de serem expoentes técnicos da equipe. A defesa, invariavelmente, fica exposta. Falta proteção e também criação. Diminuiu a circulação de bola rápida e a aproximação.
Fisicamente, há uma defasagem que influencia na lentidão da equipe. Não creio que a solução seja a saída do Renato, ele próprio já demonstrou que é capaz de tirar mais deste grupo. Mas o que fica claro é que essa mudança passa pela chegada de contratações de qualidade.
O Grêmio, primeiro, precisa definir que cara e que características terão esse time que está em fase de remontagem. Será que é possível repetir aquele tipo de jogo envolvente, de toque e de transição costurada e rápida com esses jogadores, com Maicon gritando por preservação física?
Talvez seja a hora de, com esses novos jogadores, ajustar uma ideia com algumas variantes em relação àquela que foi supervitoriosa. Chegou a hora de, quem sabe, olhar para a frente e deixar de lado essas comparações com um time que ganhou quase tudo.
Dificilmente o Grêmio voltará a ter a qualidade mostrada em 2016 e 2017. Aquela combinação de fatores incluía um sistema de jogo bem treinado para jogar no curto espaço e manter a posse de bola, tinha jogadores tecnicamente superiores aos que tem agora é um desempenho físico melhor.
Renato já está mudando há algum tempo a maneira de o time jogar, mas não achou uma fórmula tão efetiva. O futebol de três anos atrás é algo praticamente irrecuperável. Uma nova boa fase dependeria de reformulação de grupo e conceitos, e não há tempo para isto agora.