O torcedor estava carente de conquistas expressivas, e o Grêmio de Renato Portaluppi conquistou logo dois grandes títulos em 2016 e 2017. Primeiro, veio a Copa do Brasil, que tiraria o clube de uma seca de 15 anos sem levantar um troféu nacional. No ano seguinte, o time tricolor festejou o Tri da Libertadores. Porém, neste 350 dias entre uma final e outra, a equipe sofreu algumas mudanças.
A base que iniciava no goleiro Marcelo Grohe e na dupla de zaga formada por Pedro Geromel e Walter Kannemann foi mantida. Além deles, permaneceram no time o lateral-direito Edilson, o volante que virou meia-direita Ramiro e Luan, que deixou de ser falso 9 para atuar no meio-campo, na criação das jogadas. Nos outros setores, porém, foram cinco alterações apenas entre os titulares.
Na lateral esquerda, saiu Marcelo Oliveira e entrou Bruno Cortez, contratado no início da temporada. O jogador havia atuado no Albirex Niigata, do Japão, no ano anterior, emprestado pelo São Paulo. Em 2017, rescindiu com o clube paulista e chegou sem custos a Porto Alegre. Não demorou para que assumisse a titularidade da equipe, a qual defende até hoje.
Passando para o meio-campo, os dois volantes mudaram. Walace foi vendido ao Hamburgo, da Alemanha, no início de 2017, por 10 milhões de euros (cerca de R$ 33 milhões na cotação da época). Para o seu lugar, Renato utilizou Michel e, depois, Jailson como o jogar mais defensivo do meio. Na segunda função, o capitão Maicon deu lugar ao jovem Arthur, que foi um dos destaques da campanha vitoriosa daquele ano.
— O Arthur custou a engrenar no time do Grêmio. Mas, depois que engrenou, deu outro ritmo à equipe e foi fundamental na conquista da Libertadores, especialmente a partir das fases eliminatórias — recorda o narrador Gustavo Manhago, que transmitirá a partir das 21h30min desta quarta-feira (24) o jogo de ida da final da Libertadores de 2017 na Rádio Gaúcha, vencido por 1 a 0 pelo Grêmio, com gol de Cícero, no projeto Saudade do Esporte.
Ainda no setor de meio-campo, o camisa 10 de 2016 era Douglas. O "maestro", no entanto, rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo ainda em fevereiro de 2017 e precisou passar por intervenção cirúrgica. Quando já estava em processo de retreinamento, teve nova lesão e foi submetido a nova cirurgia em outubro, desfalcando o time em praticamente toda a temporada. No seu lugar entrou o centroavante Lucas Barrios, contratado junto ao Palmeiras. Com isso, Luan foi recuado para o meio e virou o armador do time — com tanto destaque que foi eleito o "Rei da América" naquele ano.
A última troca no time titular foi na esquerda do ataque. Decisivo nas finais da Copa do Brasil, Pedro Rocha foi vendido em agosto de 2017 ao Spartak Moscou, da Rússia, por 12 milhões de euros (aproximadamente R$ 45 milhões à época). Assim, Fernandinho assumiu a titularidade, deixando Everton Cebolinha no banco de reservas. Sob protestos de parte da torcida, foi do camisa 21, que havia retornado ao clube naquele ano após empréstimo ao Flamengo, o gol que abriu o placar na decisão contra o Lanús, na Argentina.
Neste jogo, no estádio La Fortaleza, Bressan jogou no lugar de Kannemann, suspenso. Na comparação entre as duas equipes, o comentarista do Grupo RBS Maurício Saraiva acredita que o time campeão da Libertadores era mais completo:
— Os dois foram muito competentes para colocar faixa no peito e têm em comum a plasticidade do seu jogo. Porém, ainda prefiro, na comparação direta, o Grêmio de 2017, que tinha Marcelo Grohe no auge, uma dupla de zaga mais entrosada, Arthur e Luan no meio e Barrios de nove.
Assim, com essas modificações, o Grêmio abriu o caminho em Porto Alegre e consolidou a conquista do Tri da América na Argentina uma semana depois.
O que mudou da final de 2016 para a de 2017:
- Saiu Marcelo Oliveira, entrou Bruno Cortez
- Saiu Walace, entrou Jailson
- Saiu Maicon, entrou Arthur
- Saiu Douglas, entrou Barrios (Luan foi para o meio)
- Saiu Pedro Rocha, entrou Fernandinho