O Grêmio confirmou que encerrou a dívida com o atacante Kleber Gladiador. O jogador foi contratado em novembro de 2011, por 2 milhões de euros (cerca de R$ 5 milhões), que foram pagos ao Palmeiras por 50% dos direitos econômicos do atleta. A situação vivenciada por ele pode se repetir com André, ao menos no custo-benefício, já que o atacante segue sob contrato até o final de 2021 e está definido que ele não será mais usado por Renato Portaluppi.
A passagem de Kleber pelo Olímpico e pela Arena não foi como ele e a torcida imaginavam. Além de não conquistar títulos, o atacante marcou somente 24 gols em 105 jogos e ainda enfrentou lesões que atrapalharam ainda mais sua estadia em Porto Alegre.
Na chegada, o jogador revelado pelo São Paulo e com passagens por Cruzeiro e Palmeiras, entre outros, foi recebido como símbolo da nova casa gremista, a Arena, que seria inaugurada no final de 2012.
— Na minha chegada, tanto o torcedor como eu tínhamos muitos sonhos e esperanças. Era um momento novo do Grêmio, de saída da velha casa para uma nova. Era muita perspectiva em cima, e foi uma coisa muito legal — disse o jogador que hoje atua nos EUA, em entrevista ao programa Sábado Esporte, da Rádio Gaúcha, em abril.
Por ser um reforço de peso, Kleber chegou com um alto salário, R$ 620 mil. Entre a estreia em janeiro de 2012 e o último jogo, em junho de 2014, foram 30 meses de um contrato previsto para durar cinco anos (até o final de 2016). O término precoce coincidiu com a chegada de um desafeto do jogador, o técnico Luiz Felipe Scolari.
E o afastamento gerou uma ação judicial contra o clube, na esfera trabalhista, de R$ 7,2 milhões. Desta forma, foi costurado um acordo para pagamento de pouco mais de R$ 120 mil por 60 meses.
— Eu não tive problema nenhum com o Grêmio. O clube ficou sem me pagar, me deixou treinando separado e aí eu tive que entrar na justiça, senão eu não receberia. A opção de não jogar não foi minha. Foi do treinador que pediu o meu afastamento. O próprio torcedor muitas vezes pediu minha reintegração — disse Kleber.
No total, entre a compra, os 30 meses de salários e a ação na justiça, Kleber custou ao Grêmio algo em torno de R$ 40,98 milhões, um custo médio de R$ 1,707 milhão por gol.
Para trazer André, atacante revelado pelo Santos, o Grêmio investiu alto, pagando 2,5 milhões de euros (R$ 10 milhões) ao Sport, em março de 2018. A soma foi parcelada, em cinco vezes, além de uma entrada de 725 mil euros. Caso o clube não consiga negociá-lo, ele custará aos cofres gremistas, apenas em salários, mais R$ 6,3 milhões até o final de seu vínculo.
— Infelizmente têm jogadores que não conseguem se adaptar. A passagem do André não foi boa no Grêmio, ele não conquistou o carinho do torcedor. Vou ter uma conversa com ele. Nessas horas, o melhor é trocar de ares e procurar outro clube — afirmou o treinador, em entrevista no começo desta temporada.
Desde a estreia até seu último jogo, André entrou em campo em 75 jogos e marcou somente 11 gols. Com vencimento em torno de R$ 350 mil mensais, ele já custou ao Grêmio R$ 9,45 milhões de salários. Somados os valores para contratá-lo, o Tricolor gastou até o momento R$ 19,45 milhões, o que corresponde a R$ 1,768 milhão por gol assinalado. E caso não o negocie arcará com R$ 25,75 milhões por todo o contrato, o que elevará o valor de cada bola na rede para R$ 2,34 milhões.
Compare o custo-benefício dos jogadores:
Kleber Gladiador
Valor da compra: R$ 5 milhões por 50% dos direitos econômicos
Salários totais: R$ 28,78 milhões
Acordo rescisório: R$ 7,2 milhões
Total: R$ 40,98 milhões
Jogos pelo clube: 105
Gols: 24
Custo por gol: R$ 1.707.500,00
André
Valor da compra: R$ 10 milhões por 70% dos direitos econômicos
Salários totais: R$ 9,45 milhões (até junho de 2020)
Tempo restante de contrato: 18 meses (R$ 6,3 milhões)
Total: R$ 25,75 milhões (até o final do contrato)
Jogos pelo clube: 75
Gols: 11
Custo por gol: R$ 1.768.181,00 (até junho de 2020)